INTRODUÇÃO: Em pacientes infectados pelo HIV, a colonização da cavidade bucal por leveduras patogênicas pode levar ao desenvolvimento de fungemias. No presente estudo, avaliamos a prevalência de leveduras na cavidade bucal de pacientes HIV-positivos e verificamos se as espécies isoladas foram enzimaticamente ativas. Além disso, as espécies identificadas foram testadas quanto à suscetibilidade a antifúngicos. MÉTODOS: Amostras de saliva e de candidose orofaríngea foram coletadas de 60 pacientes soropositivos para HIV e identificados pelo sistema API20C. A atividade enzimática foi avaliada pela produção de proteinase e fosfolipase. A suscetibilidade a antifúngicos foi determinada utilizando o método de microdiluição em caldo. RESULTADOS: As espécies mais comumente isoladas foram C. albicans (51,56%), seguido por espécies de Candida não-albicans (43,73%), Trichosporon mucoides (3,12%) e Kodamaea ohmeri (1,56%). A colonização bucal por associação de diferentes espécies foi observada em 42% dos pacientes. A atividade enzimática foi verificada na maioria das espécies isoladas, com exceção de C. glabrata, C. lusitaniae e C. guilliermondii. Resistência ao fluconazol e anfotericina B foi observada em isolados de C. albicans, C. glabrata, C. parapsilosis, C. krusei, e K. ohmeri. CONCLUSÃO: Os pacientes HIV-positivos são colonizados por espécies únicas ou múltiplas de levedura que ocasionalmente são resistentes ao fluconazol ou anfotericina B.
INTRODUCTION: In HIV-infected patients, colonization of the oral cavity by potential pathogenic yeast may lead to development of systemic fungemia. We evaluated the prevalence of yeast in the oral cavity of Brazilian HIV-positive patients and verified whether or not the species characterized were enzymatically active. Furthermore, the species identified were tested for their susceptibility to antifungal treatment. METHODS: Patient saliva and oropharyngeal candidiasis samples were collected from 60 seropositive HIV patients and identified by the API20C system. Enzymatic activity was evaluated by the production of proteinase and phospholipase. Susceptibility to antifungal treatments were determined using the broth microdilution method. RESULTS: the most commonly isolated species were C. albicans (51.56%) followed by non-albicans Candida species (43.73%), Trichosporon mucoides (3.12%) and Kodamaea ohmeri (1.56%). Oral colonization by association of different species was observed in 42% of the patients. Enzymatic activity was verified in most of species isolated, except for C. glabrata, C. lusitaniae and C. guilliermondii. Resistance to Fluconazole and Amphotericin B was observed in isolates of C. albicans, C. glabrata, C. parapsilosis, C. krusei, and K. ohmeri. CONCLUSION: HIV-positive patients are orally colonized by single or multiple species of yeast that are occasionally resistant to Fluconazole or Amphotericin B.