Abstract This essay proposes an interpretation of the relationship between law, violence, and justice based on Walter Benjamin’s work ‘Critique of Violence.’ I argue that, in the essay, the three terms are sustained by an underlying notion of authority, which, according to Benjamin, has a mythical character. This is shown by an interpretation of how law’s authority is linked to its mythical foundation. Then, by analysing Western mythology and how the notion of authority in our tradition is linked to the Roman figures of Romulus and Numa, I propose a new interpretation of the relationship between law and myth in Benjamin’s text, showing how law also depends on a mythical justice and how the critique of violence must also involve a critique of justice. I end the paper by tracing a parallel between Benjamin’s divine violence and what could be termed divine justice.

Resumo Este ensaio propõe uma interpretação da relação entre direito, violência e justiça baseada no trabalho de Walter Benjamin ‘Para a Crítica da Violência’. Eu argumento que os três termos supracitados são sustentados no ensaio de Benjamin por uma noção de autoridade que lhes é subjacente e que, de acordo com este, possui um caráter mítico. Isto é apresentado por meio de uma interpretação da autoridade do direito como vinculada à sua fundação mítica. Então, analisando a mitologia ocidental e como a noção de autoridade em nossa tradição está vinculada às figuras romanas de Rômulo e Numa, eu proponho uma nova interpretação da relação entre direito e mito no texto de Benjamin, mostrando como o direito sempre depende de uma justiça mítica e como a crítica da violência também deve envolver uma crítica da justiça. Eu concluo o trabalho traçando um paralelo entre a violência divina de Benjamin e o que poderia ser chamada de justiça divina.

Resumo O presente trabalho realiza uma análise do papel paradoxal cumprido pelos escritos do filósofo Giorgio Agamben na pandemia do coronavírus. Com diversas intervenções minimizando a gravidade da pandemia e criticando as medidas sanitárias adotadas pelo governo italiano, Agamben se tornou objeto constante de crítica. Apesar de sua postura pessoal, contudo, o presente trabalho busca mostrar a utilidade da filosofia de Agamben para entender o nosso contexto atual.

Abstract This work offers an analysis of the paradoxical role played by the writings of Giorgio Agamben during the covid pandemic. With several interventions minimizing the seriousness of the disease and criticizing the sanitary measures adopted by the Italian government, Agamben became object of constant criticisms. Despite his stance, however, this work aims to show the utility of Agamben’s philosophy to understand our present context.