Após a confirmação clínica e laboratorial de hiperinsulinismo, o principal problema consiste na localização precisa da lesão no parênquima pancreático, propiciando tratamento cirúrgico adequado. OBJETIVO: Analisar os métodos utilizados para o diagnóstico e localização pré e intra-operatório dos insulinomas, bem como as técnicas e os resultados do tratamento cirúrgico. MÉTODOS: Foram estudados 59 casos consecutivos de insulinoma submetidos a intervenção cirúrgica. Cada um dos métodos utilizados para a localização pré-operatória dessas lesões foi avaliado quanto à sua eficiência em confronto com os achados intra-operatórios. A palpação do pâncreas, isoladamente ou associada à ultra-sonografia intra-operatória, como métodos de localização dos insulinomas, foi também estudada. Os tipos de intervenção cirúrgica foram analisados quanto aos seus resultados imediatos e tardios. RESULTADOS: Dos 59 insulinomas, 55 eram benignos e quatro, malignos. Dos métodos utilizados para a localização pré-operatória, a ultra-sonografia foi eficiente em 28,1% dos casos, a tomografia computadorizada em 25%, a ultra-sonografia endoscópica em 27,2%, a arteriografia seletiva em 54,1% e a colheita de amostras de sangue portal para dosagem de insulina em 94,4% dos casos. A palpação bidigital, durante a intervenção cirúrgica, localizou as lesões em 54/55 casos (98,2%). A ultra-sonografia intra-operatória foi decisiva em apenas um caso. Cinco doentes apresentavam neoplasia endócrina múltipla tipo I e em todos as lesões pancreáticas eram múltiplas. Foram efetuadas 29 enucleações e 32 ressecções pancreáticas nos doentes com lesões benignas. Os doentes com lesões malignas foram submetidos a ressecções pancreáticas e quimioterapia. Não houve mortalidade, porém observaram-se complicações (fístulas) em 29/59 casos. Os resultados foram bons em 98,1% dos doentes com lesões benignas. Apenas um dos doentes com lesões malignas sobreviveu cinco anos. Três doentes portadores de lesões benignas e submetidos a ressecções pancreáticas evoluíram com diabetes tardiamente. CONCLUSÕES: A localização pré-operatória não é absolutamente necessária desde que a palpação bidigital associada a ultra-sonografia intra-operatória permite a localização de todas as lesões. As enucleações devem ser utilizadas, quando possível, de preferência às ressecções pancreáticas nas lesões benignas.
After establishing the diagnosis of an insulinoma the next step is its localization in order to perform the most suitable management approach. PURPOSE: To evaluate the methods used for the diagnosis of insulinoma and the localization of its site as well as the results of the surgical treatment. METHODS: Fifty nine consecutive patients with pancreatic insulinomas were studied. The discriminative power of the preoperative investigations in the localization of insulinomas was analysed. Special attention was focused to the intra operative methods of tumor localizations. The early and late results of the surgical treatment were also investigated. RESULTS: There were 55 benign cases and 4 malignant tumors. Preoperative localization was attempted by using ultrasonography (positive in 28.1%) CT imaging (positive in 25%), selective arteriography (positive in 54.1%), endoscopic ultrasonography (positive in 27.2%) and assay of portal plasma insulin levels (positive in 94.4%). In 54/55 cases (98.2%) the tumors were identified intraoperatively by palpation. By addition of intraoperative ultrasonography all lesions were identified and successfully removed without mortality. Five patients had multiple endocrine neoplasias all with multiple lesions in the pancreas. In patients with benign lesions 29 enucleations and 32 resections were performed. Pancreatic fistulas were the most common complication (29/59). Excluding the patients with malignant lesions the recovery rate was 98.1%. Three patients who underwent corporo caudal pancreactectomy developed diabetes. CONCLUSIONS: The preoperative localization is not necessary, since a combination of palpation and intraoperative ultrasonography can deal with most cases. Enucleation when possible is the best choice for benign lesions.