Resumen: Este artículo se inserta en el marco de un proyecto de investigación de mayor alcance que avanza en el estudio de posibles relaciones entre estructura de poder, conflictividad y construcción de órdenes internacionales, a partir de cumbres multilaterales de gran relevancia: la Paz de Westfalia de 1648, el Congreso de Viena de 1815, la Conferencia de Paz de París de 1919 y la Conferencia de San Francisco de 1945. Analiza específicamente la Paz de París de 1919 y sus tratados derivados. En una primera instancia, reitera una exposición sistematizada de datos cuantitativos referentes a la estructura del sistema internacional según número de grandes potencias y nivel de conflictividad; este último derivado de tres indicadores específicos: número de grandes potencias en conflicto, duración de conflictos entre grandes potencias y severidad de los conflictos. Sobre este punto, el trabajo presenta cuatro resultados para el periodo 1500-2000: el predominio de una estructura de poder de tipo multipolar elevada o alta en el sistema internacional; la ausencia de unipolaridad; la inexistencia de diferencias significativas en los niveles de conflictividad según el tipo de estructura, y el registro de los niveles de conflictividad más elevados con identificación previa a la celebración de las cumbres abordadas. En una segunda instancia, analiza las consecuencias de la Conferencia, teniendo en cuenta la ecuación normativa establecida en Westfalia: igualdad jurídica-soberanía-equilibrio de poder. El principio de igualdad jurídica es revalorizado a partir del reconocimiento de las nacionalidades y de la libre determinación de los pueblos, a pesar de algunas contradicciones que reposicionan a los Estados poderosos. El principio de la soberanía comenzará a leerse desde dos tensiones: las potestades asignadas a una organización internacional como la Liga de las Naciones con los intereses soberanos de los Estados, y un diseño sistémico basado en los principios liberales y democráticos con el derecho a la autodeterminación de los pueblos. El equilibrio de poder trasciende el espacio europeo y occidental, supone el debilitamiento definitivo de las aristocracias nacionales y, liderado por Estados Unidos de América, comienza a gestarse un nuevo paradigma de equilibrio sobre bases idealistas y liberales para dar sustento a una seguridad colectiva.
Abstract: This article is inserted in the framework of a much larger research project that advances in the study of potential relations among power structure, conflict, and construction of international orders, based on highly relevant multilateral summits: the Peace of Westphalia of 1648, the Congress of Vienna of 1815, the Paris Peace Conference of 1919, and the San Francisco Conference of 1945. It specifically analyzes the Paris Peace of 1919 and its derivative treaties. Firstly, it reiterates a systematic presentation of quantitative data referring to the structure of the international system according to number of great powers and level of conflict. The latter derives from three specific indicators: number of great powers in conflict, duration of conflicts among major powers, and severity of conflicts. In this regard, the paper presents four results for the 1500-2000 period: predominance of a highly multipolar power structure in the international system; absence of unipolarity; no significant differences in the levels of conflict per type of structure, and report of the highest levels of conflict identified prior to the summits addressed. Secondly, it discusses the Conference's consequences, considering the regulatory equation established in Westphalia: equality before the law-sovereignty-balance of power. The principle of equality before the law is revalued from the recognition of nationalities and self-determination of peoples, despite some contradictions that reposition powerful states. The principle of sovereignty will begin to be read from two tensions: the powers assigned to an international organization such as the League of Nations vs. the sovereign interests of states, and a systemic design based on liberal and democratic principles vs. the right to self-determination of peoples. Balance of power transcends the European and Western area, entails the definitive weakening of national aristocracies and, led by the United States of America, gives rise to a new idealistic and liberal paradigm of balance to support collective security.
Resumo: Este artigo se encontra no âmbito de um projeto de pesquisa de maior alcance que estuda as possíveis re -lações entre estrutura de poder, conflito e construção de ordens internacionais, a partir de cúpulas multilaterais de grande relevância: a Paz de Westfalia de 1648, o Congresso de Viena de 1815, a Conferência de Paz de Paris de 1919 e a Conferência de San Francisco de 1945. Analisa, em especial, a Paz de Paris de 1919 e seus tratados derivados. Em um primeiro momento, reitera uma exposição sistematizada de dados quantitativos referentes à estrutura do sistema internacional segundo o número de grandes potências e o nível de conflitos; este último derivado de três indicadores específicos: número de grandes potências em conflito, duração de conflitos entre grandes potências e gravidade dos conflitos. Sobre este ponto, este trabalho apresenta quatro resultados para o período entre 1500 e 2000: o predomínio de uma estrutura de poder de tipo multipolar elevada ou alta no sistema internacional; a ausên -cia de unipolaridade; a inexistência de diferenças significativas nos níveis de conflito segundo o tipo de estrutura e o registro dos níveis de conflito mais elevados com identificação prévia à celebração das cúpulas abordadas. Em um segundo momento, analisa as consequências da Conferência, considerando a equação normativa estabelecida em Westfalia: igualdade jurídica-soberania-equilíbrio de poder. O princípio de igualde jurídica é revalorizado a partir do reconhecimento das nacionalidades e da livre determinação dos povos, apesar de algumas contradições que reposicionam os Estados poderosos. O princípio da soberania começará a ser lido a partir de duas tensões: as potestades designadas a uma organização internacional como a Liga das Nações com os interesses soberanos dos Estados, e um desenho sistêmico baseado nos princípios liberais e democráticos com o direito à autodeterminação dos povos. O equilíbrio de poder transcende o espaço europeu e ocidental, supõe o enfraquecimento definitivo das aristocracias nacionais e, liderado pelos Estados Unidos da América, começa a ser administrado um novo paradigma de equilíbrio sobre bases idealistas e liberais para dar apoio a uma segurança coletiva.