RESUMO Introdução: As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) ainda são um importante problema de saúde pública, e a vigilância é essencial para sua prevenção e seu controle. Objetivo: Avaliar a prevalência das ISTs em uma unidade de referência ginecológica no Rio de Janeiro, Brasil. Materiais e métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado entre agosto de 2016 e junho de 2017. Foram coletados sangue total e células cervicais de 62 mulheres e realizados testes para detecção de papiloma vírus humano (HPV), vírus da imunodeficiência humana (HIV), sífilis, clamídia, gonorreia e vírus do herpes simples 1 e 2 (HSV-1/2). As lesões cervicais foram diagnosticadas por citopatologia, e em algumas pacientes, por colposcopia (79%). Outras ISTs foram avaliadas durante o exame clínico. Resultados: Foram encontradas lesões cervicais pelo exame citopatológico em 46,8% das pacientes; aquelas com história de quatro parceiros sexuais tiveram mais risco de desenvolvê-las. Houve concordância moderada entre os resultados da citopatologia e colposcopia (Kappa = 0,69). A prevalência de HSV (96,7%), sífilis (6,4%) e HIV (3,2%) foi maior que a descrita na literatura, enquanto a prevalência de clamídia (6,4%) e gonorreia (1,6%) foi similar. O HPV foi detectado em 53,2% das mulheres, sendo 32,3% delas infectadas pelo HPV 16. No contexto das coinfecções, 38 mulheres (61,3%) tinham mais de uma IST. Conclusão: Visto que a maioria das mulheres analisadas era acometida por mais de uma IST, nossos resultados sugerem que uma triagem rotineira dessas infecções nas unidades de saúde poderia auxiliar na detecção precoce, bem como no tratamento e na prevenção. Essas medidas também impactariam no controle do câncer cervical das pacientes.
ABSTRACT Introduction: Sexually transmitted infections (STI) remain a major public health problem and surveillance is crucial for prevention and control strategies. Objective: Our aim was to assess the prevalence of STI in a reference center for gynecology in Rio de Janeiro, Brazil. Materials and methods: It is a cross-sectional study conducted between August 2016 and June 2017. Whole blood and cervical cells were collected from 62 women and tested for human papillomavirus (HPV), human immunodeficiency virus (HIV), syphilis, chlamydia, gonorrhea and herpes simples virus 1 and 2 (HSV-1/2). Cervical lesions were diagnosed by cytopathology and in some patients by colposcopy (79%). Other STI were evaluated during clinical examination. Results: Cervical lesions were detected by cytopathology examinations in 46.8% of patients; those with a history of four sexual partners were at higher risk of developing them. There was moderate agreement between the cytopathology e colposcopy results (Kappa = 0.69). The prevalence of HSV (96.7%), syphilis (6.4%) and HIV (3.2%) were higher than that described in the literature, while the prevalence of chlamydia (6.4%) and gonorrhea (1.6%) were similar. HPV was detected in 53.2% of women, 32.3% of which were infected by HPV 16. In the context of co-infections, 38 women (61.3%) presented more than one STI. Conclusion: Since most of the women analyzed were affected by more than one STI, our results suggest that routine screening for these infections at health centers would help in early detection, treatment and prevention of these infections. These measures would also impact on patients’ cervical cancer control.