OBJETIVO: Comparar a fixação da tela de prolipropileno na correção de defeitos músculo-aponeuróticos da parede abdominal com fio absorvível (poliglactina 910) e fio inabsorvível (polipropileno). MÉTODOS: Oitenta e um ratos machos da linhagem Wistar foram submetidos a ressecção longitudinal de um segmento músculo-aponeurótico e peritoneal (3x2 cm) da parede abdominal, seguida por reforço com tela de polipropileno, em forma de ponte sobre a aponeurose. Foram distribuídos em dois grupos de acordo com o fio usado para fixação da tela: grupo poliglactina 910 - fixada com 8 pontos separados e eqüidistantes em forma de "U" com fio 4-0; e grupo polipropileno - fixada com fio 4-0. A pele foi suturada com fio de nylon 4-0. Após 90 dias, os animais foram submetidos à eutanásia e avaliados macroscopicamente, quanto à presença de hérnia e avaliação histológica da reação inflamatória crônica, absorção do fio e percentagem de fibrose pela técnica vídeo-morfométrica assistida por computador. Utilizaram-se as técnicas de coloração de hematoxilina-eosina e picrossírius. RESULTADOS: Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos, quanto à presença de hérnia incisional (p=0,194). Houve maior fibrose no grupo polipropileno pela avaliação histológica de reação inflamatória crônica, o que não foi verificado quando avaliado pela técnica vídeo-morfométrica (p=0,0005). Não houve diferença entre os grupos quando avaliados os gigantócitos, linfócitos e neutrófilos. Houve maior número de macrófagos no grupo polipropileno (p=0,02). Não houve absorção do fio poliglactina 910 após 90 dias. CONCLUSÃO: A fixação de tela de polipropileno pode ser feita com êxito com fios absorvíveis como a poliglactina 910.
PURPOSE: The aim of this study is to assess fixation of a polypropylene mesh in the repair of incisional hernias comparing an absorbable (polyglactin 910) suture and an inabsorbable (polypropylene) one. METHODS: Eighty-one male rats of the Wistar breed, weighing from 180g to 220g, were submitted to a longitudinally resection of a musculoaponeurotic and peritoneal segment (3x2 cm) of the abdominal wall. Reconstruction was performed by reinforcement with polypropylene mesh, overlaid on the aponeurosis. They were distributed in two groups according to the thread used for mesh fixation as follows: (1) polyglactin 910 group, fixed with 8 stitches 4.0 Polyglactin 910 suture; and (2) Polipropylene group, fixed with 4.0 polypropylene suture. The skin suture was performed with 4.0 nylon continuous stitches. After 90 days, animals were sacrificed and submitted to macroscopic evaluation for the presence of hernias. Histologic samples were stained for Hematoxylin-Eosine and Sirius-Red and were assessed for signs of cicatrization such as chronic inflammatory reaction, fibrosis, suture absortion and percentage of fibrosis by computer-assisted video morfometric technic. RESULTS: There was no significant difference between the groups studied in relation to hernia formation (p=0,194). The histologic study showed significant increase of fibrotic reaction in the polipropylene group (p=0,0005), but this finding was not confirmed in the video-morfometric evaluation. Considering chronic inflammatory reaction, there was no difference between groups in relation to giant cells, lymphocytes and neutrophils. However, in the polipropylene group, macrophages were significantly increased (p=0,02). Polyglactin 910 has not been absorved 90 days after the procedure. CONCLUSIONS: The results of this study suggest that the fixation of polipropilene mesh is effective using absorbable sutures in the repair of ventral (incisional) hernias.