Resumo Este artigo analisa as eleições primárias presidenciais – abertas, simultâneas e obrigatórias para os partidos políticos – no Uruguai e na Argentina. Apesar da semelhança, os dois sistemas apresentam algumas diferenças: i) o voto é obrigatório na Argentina e voluntário no Uruguai; ii) na Argentina competem chapas fechadas (presidente e vice-presidente), enquanto no Uruguai competem apenas pela candidatura presidencial. Usando uma abordagem neoinstitucionalista e analisando os resultados das primárias, a pesquisa mostra que as diferenças nas regras geram consequências significativamente diferentes. No Uruguai, promovem a competição interna e incentivam uma diversidade de opções, tanto dentro dos partidos quanto entre os partidos. Na Argentina, desencorajam a competição e promovem a coordenação de elite desde o início do processo, concentrando a oferta e arrumando as preferências em dois blocos.

Abstract This article analyses primary presidential elections – open, simultaneous and mandatory for political parties – in Uruguay and Argentina. In spite of their similarity, both systems have some differences: i) voting is mandatory in Argentina and voluntary in Uruguay; ii) in Argentina, the presidential candidate must run in the primary along with a vice presidential candidate, while in Uruguay the primary solely decides the presidential candidate. Through a neo-institutionalist approach and the primary electoral results, the present research shows that different rules cause significantly different outcomes. Primaries in Uruguay promote internal contestation and a diversity of alternatives within and among parties. In Argentina, the system discourages competition and stimulates elite coordination from the beginning of the process, concentrates the candidate supply, and organizes preferences into two main blocks.

Se analizan las elecciones primarias presidenciales – abiertas, simultáneas y obligatorias para los partidos políticos – en Uruguay y Argentina. A pesar de su similitud, ambos sistemas ofrecen algunas diferencias: i) el voto es obligatorio en Argentina y voluntario en Uruguay; ii) en Argentina compiten fórmulas completas (presidente y vice) y en Uruguay sólo se compite por la candidatura presidencial. Con un enfoque neo-institucionalista y analizando los resultados de las primarias, la investigación muestra que estas diferencias en las reglas generan consecuencias muy diferentes. En Uruguay promueven la competencia interna e incentivan la diversidad de opciones dentro y entre los partidos. En Argentina el sistema desincentiva la competencia y promueve la coordinación de la elite desde el principio del proceso, concentrando la oferta y ordenando las preferencias en dos grandes bloques.

Résumé Les élections primaires présidentielles – ouvertes, simultanées et obligatoires pour les partis politiques – en Uruguay et en Argentine sont analysées. Malgré leur similitude, les deux systèmes présentent quelques différences: i) le vote est obligatoire en Argentine et volontaire en Uruguay; ii) en Argentine, les candidats à la présidence et à la vice-présidence participent conjointement, tandis qu'en Uruguay seul le candidat à la présidence participe. Grâce à une approche néo-institutionnaliste et aux résultats électoraux, la recherche montre que des règles différentes entraînent des conséquences significativement différentes. En Uruguay, on encourage la concurrence interne pour la nomination et la diversité des alternatives entre et dans les partis. En Argentine, on décourage la concurrence et on favorise la coordination des élites dès le début du processus, on concentre l'offre de candidats et on organise les préférences en deux blocs.

Resumo: O presente artigo analisa os efeitos do sistema de primárias abertas, simultâneas e compulsórias, um elemento chave na Lei de Democratização da Representação Política, Transparência e Equidade Eleitoral, dez anos após sua implementação na Argentina. Parte da discussão teórica sobre a relação entre os propósitos da lei (três dos quatro presentes no seu título) e o sistema de primária aberta. Em seguida, avalia os efeitos da aplicação deste sistema à luz das metas traçadas originariamente (democratização, representação política e equidade eleitoral). Trata-se de um estudo descritivo que aborda todos os processos eleitorais nos quais as primárias abertas foram implementadas na Argentina, tanto no nível nacional como provincial, entre 2007 e 2019. Conclui-se que, até o momento, o emprego das primárias abertas não contribui para avançar nos objetivos pretendidos originalmente pela lei.

Abstract: In this article, we analyze the effects of implementing an open, simultaneous, and compulsory primary system, a key element in the Democratization of Political Representation, Transparency and Electoral Equity law, 10 years after it was enacted in Argentina.We start with a theoretical discussion of the relationship between the law’s purposes and the open primary system. We then evaluate the effects of applying this system vis á vis the intended goals of the law (democratization, political representation and electoral equity). This is a descriptive study, addressing all electoral processes where open primaries were applied, at the national and provincial level in Argentina between 2007 and 2019. The empirical analysis shows that the use of the open primaries mechanism has not contributed to any progress in the intended goals of the law.

Resumen: En el presente trabajo se analizan los efectos del sistema de primarias abiertas, simultáneas y obligatorias, elemento central de la Ley de Democratización de la Representación Política, la Transparencia y la Equidad Electoral, a 10 años de haber sido sancionada en Argentina. Se parte de la discusión teórica sobre la relación entre los propósitos de esta norma (tres de los cuatro implicados en el título) y su relación con las primarias abiertas, y, posteriormente, se evalúan los efectos de la aplicación de este sistema a la luz de las metas originariamente trazadas (democratización, representación política y equidad electoral). Se trata de un estudio descriptivo en el que se abordan todos los procesos electorales en los que se implementaron primarias abiertas en Argentina, tanto a nivel nacional como provincial, entre 2007 y 2019. Se concluye que el empleo de primarias abiertas no ha contribuido, hasta ahora, a avanzar en los cometidos originalmente buscados.