RESUMO Objetivo Desenvolver um teste para avaliar a compressão de frequências por meio da identificação de fonemas fricativos e aplicá-lo. Métodos Organizou-se um material de fala composto por 24 palavras monossilábicas, contendo os fonemas /s, z, f, v, ∫, 3/. As palavras foram gravadas por oito sujeitos, totalizando uma amostra de 192 gravações. Aplicaram-se filtros passa-baixas nas palavras com frequências de cortes em 1,5 kHz; 2 kHz e 3 kHz, a fim de impedir a detecção sonora nas faixas de frequências filtradas, simulando perdas auditivas em frequências altas. Aplicou-se o teste em dez indivíduos normo-ouvintes, que deveriam ouvir a palavra e identificá-la na tela de um computador. Foram oferecidas 12 opções de resposta, fixando a vogal e variando o fonema fricativo inicial e a presença da fricativa final /s/. O teste foi composto por 384 repetições de palavras, sendo 192 com compressão de frequências. As respostas foram computadas e comparadas por meio de testes estatísticos. Resultados A identificação dos fonemas foi favorecida pelo aumento da frequência de corte, exceto em 3 kHz. Houve melhora na identificação dos fonemas fricativos /∫, 3/ com o uso da compressão de frequências, porém, para os demais fonemas avaliados (/f, v/ e /s, z/) não houve diferenças. Conclusão O teste de identificação de fonemas fricativos se mostrou eficiente e confiável. Para as frequências de corte em 1,5 kHz e 2 kHz, a compressão de frequências foi eficaz para a identificação dos fonemas fricativos /∫, 3/, porém, a identificação do /s/ final mostrou-se comprometida pelo algoritmo.
ABSTRACT Purpose Develop a test to evaluate frequency compression by identifying and applying fricative phonemes. Methods A speech material was composed of 24 monosyllabic words, containing the phonemes /s, z, f, v, ∫, 3/. Eight subjects recorded words, for a total sample of 192 recordings. Low-pass filters were applied to words with cutoff points values of 1,5 kHz; 2 kHz e 3 kHz, in order to prevent sound detection in the filtered frequency bands, simulating hearing loss at high frequencies. The test was applied to ten normal hearing individuals, who had to listen to the word and identify it on a computer screen. Twelve response options were offered, fixing the vowel and varying the initial fricative phoneme and the presence of the final fricative /s/. The test consisted of 384 word repetitions, 192 with frequency compression. Responses were computed and compared using statistical tests. Results The identification of the phonemes was favored by the increase of the cutoff frequency, except in 3 kHz. There was improvement in the identification of fricative phonemes /∫, 3/ with the use of frequency compression, however, for the other assessed phonemes (/f, v/ e /s, z/) no differences were found. Conclusion The identification test of fricative phonemes was efficient and reliable. For the cutoff frequencies in 1,5 kHz e 2 kHz, the frequency compression was effective for the identification of the fricative phonemes /∫, 3/, however the identification of /s/ at the end was affected by the algorithm.