RESUMO Objetivo verificar se, por conta da pandemia, os fonoaudiólogos clínicos estavam realizando teleatendimento, se faziam avaliações de fala utilizando o meio virtual e de que modo o faziam, bem como quais instrumentos utilizavam. Métodos a amostra foi composta por 271 fonoaudiólogos clínicos do país. Foi enviado um questionário online com perguntas a respeito da sua formação e atuação profissional, da realização de atendimentos fonoaudiológicos (avaliação, acompanhamento e terapia) e avaliações de fala por meio da telessaúde, isto é, se estavam realizando atendimento e avaliação por esse meio e como o estavam fazendo. Os dados foram analisados descritivamente. Resultados a maioria dos fonoaudiólogos que participaram do estudo estava realizando atendimentos por meio da telessaúde. Porém, apenas um pequeno grupo dos profissionais realizou avaliação da fala nessa modalidade, utilizando, como método de coleta de dados a fala espontânea, figuras para nomeação, instrumentos adaptados para o meio virtual – Teste de Linguagem Infantil (ABFW) e Avaliação Fonológica da Criança (AFC) -, vídeos enviados pelos familiares, entre outros. Ainda, mais da metade dos fonoaudiólogos referiu acreditar que seja viável realizar avaliação da fala por telessaúde. Entretanto, consideraram que a avaliação por esse meio não tem a mesma efetividade que a avaliação presencial. Conclusão a telessaúde, embora pouco difundida no Brasil, apresenta profissionais fonoaudiólogos atuantes na modalidade. Nesse sentido, surge a necessidade de adaptação de instrumentos de avaliação para aplicação virtual, além de aperfeiçoamento da infraestrutura (áudio, vídeo, suporte e rede de internet).
ABSTRACT Purpose to verify if, due to the pandemic, clinical speech therapists perform teleservice, if they carry out speech assessments using the virtual environment and how they are doing it, as well as which instruments they use. Methods the sample consisted of 271 clinical speech therapists in the country. An online questionnaire was sent with questions about their education and professional performance, speech therapy services (assessment, monitoring and therapy) and speech assessments through Telehealth, that is, if they were performing care and assessment through this means and how they were doing it. Data were analyzed descriptively. Results Most speech therapists who participated in the study were providing assistance through Telehealth. However, only a small group of professionals performed speech assessment in this modality, using spontaneous speech as a data collection method, pictures for naming, instruments adapted for the virtual environment – ABFW and AFC, videos sent by family members, among others. Furthermore, more than half of the speech therapists believe that it is feasible to carry out speech assessment using Telehealth. However, they consider that the evaluation by this means does not have the same effectiveness as the face-to-face evaluation. Conclusion Telehealth, although not widespread in Brazil, has speech therapist professionals working in this modality. In this sense, there is a need to adapt assessment instruments for virtual application, in addition to improving the infrastructure (audio, video, support and internet network).