RESUMO O presente trabalho refere-se a um estudo realizado com o povo indígena Guarani, especificamente na escola Mbya Arandu, localizada na Terra Indígena Tekoa Araxa’í, na Serra do Mar, região costeira do estado do Paraná. O objetivo é discutir o papel de professores não indígenas que atuam na educação escolar indígena, à luz da interculturalidade crítica, ancorada na noção de fronteira. Para tanto, apresenta-se uma memória autobiográfica de uma das autoras deste artigo, fruto de sua experiência docente na escola indígena Mbya Arandu, pela qual se destacam saberes e ensinamentos que os autores deste trabalho acreditam ser importantes aos professores não indígenas que venham a atuar em escolas inseridas em território indígena. Entre as reflexões finais, assevera-se que a presença de educadores não indígenas em escolas em território indígena precisa vir acompanhada da disposição e do exercício cotidiano de aprender a escutar as vozes dos que vivem outras epistemologias.
ABSTRACT This work was carried out with the Guarani indigenous people, specifically, at the Mbya Arandu school, in the Tekoa Araxa’í Indigenous Land, in Serra do Mar, coastal region in the state of Paraná. The objective is to discuss the role of non-indigenous teachers who work in indigenous school education, in the light of critical interculturality, anchored in the notion of frontier. To this end, we present an autobiographical memory of one of the authors of this article, which is the result of her teaching experience in the Mbya Arandu indigenous school. From that experience we can highlight knowledge and teachings that the authors of this work believe to be important to non-indigenous teachers, who will work in schools within indigenous lands. As a conclusion, we state that the presence of non-indigenous educators in schools in indigenous territories needs to be accompanied by the willingness and daily exercise of learning to listen to the voices of those who live other epistemologies.
RESUMEN Este trabajo se realizó con el pueblo indígena guaraní, específicamente, en la escuela Mbya Arandu, en la Tierra Indígena Tekoa Araxa’í, en Serra do Mar, una región costera del Estado de Paraná. El objetivo es discutir el papel de los docentes no indígenas que trabajan en la educación escolar indígena, a la luz de la interculturalidad crítica, anclada en la noción de frontera. Con este fin, se presenta una memoria autobiográfica de uno de los autores de este artículo, fruto de su experiencia docente en la escuela indígena Mbya Arandu, de la cual el conocimiento y las enseñanzas que destacan los autores de este trabajo son importantes para los maestros no indígenas y quien actuará en escuelas insertadas en territorio indígena. Finalmente, se afirma que la presencia de educadores no indígenas en las escuelas del territorio indígena debe ir acompañada de la voluntad y el ejercicio diario de aprender a escuchar las voces de quienes viven otras epistemologías.