OBJETIVOS: Descrever e analisar a prevalência de erros refrativos em estudantes de primeira série das escolas estaduais de Passo Fundo, cidade pólo da região Nordeste do Rio Grande do Sul. MÉTODOS: Estudo transversal de 1608 alunos da primeira série do ensino fundamental de 26 escolas estaduais de Passo Fundo, atendidas em 2004. Os dados foram coletados no CEAE (Centro Especializado de Assistência ao Educando), que fez a triagem nas escolas, e no serviço especializado, para onde foram encaminhados aqueles com testes alterados. RESULTADOS: Da amostra total, 172 (10,88%) apresentaram baixa de acuidade visual ou algum sintoma de problema visual, recebendo encaminhamento para atendimento oftalmológico. Apenas 88 (51,16%) dos encaminhados compareceram à consulta. A média de idade foi de 7,10 anos (DP= 1,38). Entre as crianças examinadas, 70,46% possuíam algum erro refracional, sendo a hipermetropia e o astigmatismo os mais comuns (encontrado em 45,45% e 10,23% dos alunos examinados, respectivamente). A miopia foi o erro refracional menos prevalente, presente em 10,23% dos escolares atendidos. CONCLUSÃO: O estudo mostrou prevalência de 3,92% de erros refrativos na população de escolares estudada, embora a abstenção elevada possa estar subestimando esse percentual. Percebe-se a necessidade da realização de programas que enfoquem uma maior adesão dos alunos ao encaminhamento, na tentativa de evitar o não diagnóstico de problemas oculares facilmente tratáveis na infância.
OBJECTIVES: To describe and analyze the prevalence of refractive errors among first-graders in state schools of Passo Fundo, main city of the northeast region of Rio Grande do Sul State. METHODS: Cross-sectional study of 1608 first-graders in 26 elementary state schools of Passo Fundo, evaluated in 2004. The data were collected by the CEAE (Specialized Center for Student Assistance), which was in charge of the screening at the schools, and by the specialized service, to which those students with abnormal test results were referred. RESULTS: 172 (10.88%) of the sampled individuals showed poor visual acuity or some symptoms of visual disorders, and were then referred for specialized ophthalmic examination. However, only 88 (51.16%) of the referred patients turned up for the examination. The mean age was 7.10 years (DP= 1,38). Among all evaluated, 70,46% of them had some refractive disorder, of wich hyperopia and astigmatism were the most frequent ones, having been reported in 45.45% and 10.23% of the children, respectively. The myopia were the less frequent refractive disorder, reported in 10,23% of the school children who turned up for examination. CONCLUSION: The study showed a prevalence of 3,92% of refractive errors in the population studied, although the high abstention can be underestimating this percentage. We can realize, from that on, the need of the creation of programs focused in a bigger adhesion of the students to the reference to a specialized service, in the attempt of avoiding the lack of diagnosis of easily treatable disorders in childhood.