OBJETIVO: Descrever os resultados da cirurgia de catarata pela técnica de facoemulsificação em pacientes com uveíte. MÉTODOS: Foi realizado estudo retrospectivo pela análise de prontuários de 189 pacientes (242 olhos) com uveíte que foram submetidos a cirurgia de catarata pela técnica de facoemulsificação no Setor de Uveítes e Imunologia Ocular do Royal Victoria Hospital, McGill University Health Centre, Montreal, Quebec, Canadá. Os dados foram coletados em fichas protocoladas com informações sobre sexo, idade, classificação da uveíte, descrição cirúrgica e exames pré e pós-operatórios. Os exames pré e pós-operatórios continham informações sobre a data do exame, a melhor acuidade visual corrigida, o exame biomicroscópico, a pressão intra-ocular, os procedimentos realizados e o tratamento em uso. RESULTADOS: A média de acompanhamento pós-operatório foi de 46,8 ± 31,2 meses. A média da acuidade visual pré-operatória encontrada foi de 20/100 e a média de acuidade visual pós-operatória encontrada foi de 20/40. Encontramos 145 olhos (59,5%) com acuidade visual melhor ou igual a 20/40 e 26 olhos com piora da acuidade visual. A complicação per-operatória mais encontrada foi a ruptura de cápsula posterior com perda vítrea observada em 7 olhos (3% do total de olhos). A recorrência da uveíte foi a complicação pós-operatória mais freqüente, sendo observada em 73 olhos (30,16%). Outras complicações pós-operatórias observadas foram a atrofia iriana (28,51%), hipertensão intra-ocular (28,09%), membrana epirretiniana (26,44%), opacidade de cápsula posterior (19%), edema macular cistóide (13,63%), hipotonia ocular (12,80%), atrofia do disco óptico (8,67%) e sinéquias posteriores (6,61%). CONCLUSÕES: A cirurgia de catarata pela técnica de facoemulsificação é considerada segura e eficaz em pacientes com uveíte. Observamos um bom prognóstico visual no período de acompanhamento pós-operatório, apesar da prevalência de algumas complicações durante o seguimento, tais como: recorrência da uveíte, opacidade de cápsula posterior do cristalino e alterações maculares.
PURPOSE: To report outcomes of cataract extraction by phacoemulsification in patients with uveitis. METHODS: We retrospectively reviewed the charts of 189 patients (242 eyes) with uveitis who underwent cataract extraction by phacoemulsification at the Uveitis and Ocular Immunology Unit of McGill University Health Centre, Montreal, Quebec, Canada. RESULTS: Average follow-up was 46 ± 31.2 months. Average preoperative visual acuity was 20/100 and average postoperative visual acuity was 20/40. Hundred and forty-six eyes (59.9%) attained visual acuity better than 20/40. Visual loss occurred in 26 eyes. The most common peroperative complication was posterior capsule rupture with vitreous loss seen in 7 eyes (3%). Recurrence of uveitis was the most common postoperative complication seen in 73 eyes (30.16%). Other postoperative complications included iris atrophy (28.51%), ocular hypertension (28.09%), epiretinal membrane (26.44%), posterior capsule opacification (19%), cystoid macular edema (13.63%), ocular hypotony (12.80%), optic disc atrophy (8.67%) and posterior synechiae (6.61%). CONCLUSIONS: Cataract extraction by phacoemulsification is safe in patients with uveitis. Successful visual results are observed in long-term follow-up despite the prevalence of recurrence of uveitis, posterior capsule opacification and macular abnormalities. To the best of our knowledge this is the largest series presented to date.