Resumo Introdução: A COVID-19 trata-se de uma situação de emergência de saúde pública de importância interna-cional, cujo espectro clínico é diverso. Levando em consideração as medidas de prevenção ao coronavírus e as recomendações das autoridades de saúde, surge a preocupação de como estão os atendimentos fisiotera-pêuticos a mulheres com câncer de mama, já que sua descontinuidade pode favorecer o aparecimento de complicações, prejuízos na funcionalidade, na qualidade de vida e na realização de tratamentos complementares. Objetivo: Avaliar os impactos da pandemia de COVID-19 na continuidade dos atendimentos fisioterapêuticos a mulheres com câncer de mama. Métodos: Trata-se de uma pesquisa transversal. Os dados foram coletados por meio de questionário on-line e a população foi composta por fisioterapeutas que atuam em território brasileiro. Resultados: De um total de 40 participantes, 20% relataram não ter sofrido alteração na rotina de trabalho, 48% tiveram a carga horária reduzida, 12% sofreram aumento de carga horária, enquanto 25% foram realocadas de setor para prestar assistência aos acometidos pela COVID-19. Vinte por cento dos atendimentos foram suspensos, sendo os locais com maior continuidade na assistência os de internação hospitalar (40%) e ambulatórios (42%). Quanto ao número de mulheres atendidas antes da pandemia em comparação ao número durante o período de restrição, houve uma queda de 72%. Conclusão: Verificou-se suspensão da maior parte dos atendimentos, no entanto, em sua maioria, a continuidade da assistência foi garantida através de teleatendimento. Não obstante, os entrevistados relataram piora clínica no quadro das mulheres após o período de suspensão do tratamento.
Abstract Introdution: COVID-19 has been declared a public health emergency of international concern by the World Health Organization, with a diverse clinical spectrum. Given the coronavirus prevention measures and recommendations from health authorities, there is a concern about how physiotherapy care is provided to women with breast cancer. The discontinuity of care may favor the emergence of complications, and compromise functionality, quality of care and the provision of complementary treatments. Objective: To assess the impacts of the COVID-19 pandemic on the continuity of physiotherapy care for women with breast cancer. Methods: This is a cross-sectional study. Data were collected through an online questionnaire and the population was composed of physiotherapists, of both sexes, who work in Brazil. Results: Twenty percent of the 40 participants reported no change in their work routine, 48% had their workload reduced, 12% had an increased workload, 25% were relocated to provide assistance to patients affected by COVID-19, and 20% of consultations were suspended. The greatest continuity of care was seen in hospital admissions (40%) and outpatient clinics (42%). The number of women cared for before the pandemic compared to during the restriction period declined by 72%. Conclusion: Most consultations were suspended; however, in most cases, continuity of care was guaranteed through telerehabilitation. Nevertheless, the interviewees reported clinical worsening in women after treatment was interrupted.