Dados de prevalência e incidência da esquistossomose foram estimados, acompanhando-se um grupo de escolares residentes em área rural do município de Itariri (São Paulo, Brasil), por um período de 2 anos, com cinco inquéritos, um a cada semestre, realizados no primeiro semestre de cada ano entre março e abril e no segundo, entre setembro e outubro. O hospedeiro intermediário do Schistosoma mansoni na área é a Biomphalaria tenagophila. A infecção pelo S. mansoni foi determinada pelo método parasitológico de Kato-Katz, através do exame de três lâminas, e os resultados analisados comparativamente aos da reação de imunofluorescência para detecção de anticorpos IgM (RIF-IgM). Foram encontrados nos cinco inquéritos índices de prevalência de 8,6%, 6,8%, 9,9%, 5,8% e 17,2% pelo método parasitológico, e de 56,5%, 52,6%, 60,8%, 53,5% e 70,1%, pelo sorológico. As médias geométricas do número de ovos por grama de fezes (opg) foram baixas: 57,8, 33,0, 35,6, 47,3 e 40,9 opg, respectivamente do 1º ao 5º inquérito. Dos 299 escolares que se submeteram à RIF-IgM nos cinco inquéritos, 40% apresentaram-se positivos e 22% negativos no decorrer do acompanhamento. Soroconversão de negativo para positivo pela RIF-IgM, indicando provável infecção recente, foi observado com maior frequência nos inquéritos realizados no primeiro semestre (pós-verão), que no segundo semestre. A pesquisa de ovos nas fezes não mostrou sensibilidade para detectar essa sasonalidade. Os resultados indicam a superioridade da RIF-IgM para determinação de incidência de S. mansoni em áreas de baixa endemicidade.
For a period of 2 years, five follow-up measures of prevalence and incidence rates were estimated in a prospective study of S. mansoni infection in a group of schoolchildren who were living in a rural area of the Municipality of Itariri (São Paulo, Brazil), where schistosomiasis is transmitted by Biomphalaria tenagophila. Infection was determined by the examination of three Kato-Katz stool slides, and the parasitological findings were analyzed in comparison to serological data. In the five surveys, carried out at 6-month intervals (March-April and September-October), the prevalences were, respectively, 8.6, 6.8, 9.9, 5.8 and 17.2% by the Kato-Katz, and 56.5, 52.6, 60.8, 53.5 and 70.1% by the immunofluorescence test (IFT). Geometric mean egg counts were low: 57.8, 33.0, 35.6, 47.3 and 40.9 eggs per gram of feces, respectively. Of the total of 299 schoolchildren, who submitted five blood samples at 6-month intervals, one for each survey, 40% were IFT-positive throughout the study, and 22% were IFT-negative in all five surveys. Seroconversion from IFT negative to positive, indicating newly acquired S. mansoni infection, was observed more frequently in surveys carried out during March-April (after Summer holidays), than during September-October. Seasonal trends were not statistically significant for detection of S. mansoni eggs in stool. The results indicate that the use of IgM-IFT is superior to parasitological methods for detection of incidence of S. mansoni infection in areas with low worm burden.