RESUMO Objetivo: o presente estudo observacional transversal foi delineado para avaliar as condutas de biossegurança adotadas pelos ortodontistas, e as possíveis diferenças em função do tempo de formação. Métodos: tanto as técnicas de esterilização e desinfecção de instrumentais e materiais quanto o uso de equipamentos de proteção individual da equipe foram coletados por meio de questionários via e-mail. Resultados: os questionários foram respondidos por 90 ortodontistas, com idade média de 37,19 ± 9,08 anos e tempo médio de formação de 13,52 ± 6,84 anos. Quanto aos alicates ortodônticos, 63,23% usam autoclave, exceto aqueles que não realizam nenhum procedimento. Houve total abrangência no uso da esterilização do instrumental por autoclave, sendo que 95,6% realizam a limpeza com substâncias químicas previamente à esterilização. A maioria (65,56%) utiliza autoclave para a esterilização de anéis ortodônticos e alguns associam métodos de desinfecção, mas 18,89% nada fazem. Houve alta incidência da resposta “nada” para os métodos utilizados em elásticos, acessórios, ligaduras, molas e arcos. Todos os questionados utilizam máscara e luva no atendimento ortodôntico, 78,92% incluem o uso do avental, 58,92% usam óculos de proteção e 50,01% vestem o gorro (50,01%). O tempo de formação influenciou significativamente (p= 0,003) apenas no uso do glutaraldeído para esterilização e/ou desinfecção dos alicates. Conclusões: a esterilização e limpeza de alicates, instrumental de exame, aplicador de elásticos e anéis ortodônticos, além do uso de equipamentos de proteção individual, receberam respostas mais uniformes e positivas, enquanto os outros itens sugerem falhas. Apenas os ortodontistas formados há mais de treze anos optaram pelo uso do glutaraldeído para esterilização/desinfecção dos alicates ortodônticos, sendo a única conduta que mostrou diferença significativa em relação ao tempo de formação.
ABSTRACT Objective: This cross-sectional observational study was designed to assess the biosafety conducts adopted by orthodontists, and possible differences regarding training time. Methods: Both the application of methods for sterilization/disinfection of instruments and materials, and the use of personal protective equipment (PPE) were collected through questionnaires via e-mail. Results: The questionnaires were answered by 90 orthodontists with a mean age of 37.19 ± 9.08 years and mean training time of 13.52 ± 6.84 years. Regarding orthodontic pliers, 63.23% use an autoclave, except 1 who does not perform any procedure. All participants use autoclave to sterilize instruments, and 95.6% of respondents perform cleaning with chemicals prior to sterilization. Most of them (65.56%) use an autoclave to sterilize orthodontic bands, with some still associating disinfection methods, while few (18.89%) do nothing at all. There was a high incidence of the answer “nothing” for the methods used for elastic, accessories, bandages, metal springs, and arches. All respondents use mask and gloves in attendance, 78.92% use aprons, 58.92% use protective goggles, and 50.01% use cap. Training time significantly influenced (p = 0.003) only the use of glutaraldehyde for sterilization/disinfection of pliers. Conclusions: The sterilization and cleaning of pliers, instruments, and bands, besides the use of PPE, received more uniform and positive responses, while other items suggest disagreements and possible failures. Only orthodontists trained for more than 13 years choose using glutaraldehyde for pliers sterilization/disinfection, the only adopted method with a significant difference in relation to training time.