resumo A tradução - falsa ou autêntica - tem um papel importante na obra de Alberto Mussa. As presumíveis fontes dos seus romances incluem línguas como o árabe, o tupi, o francês ou o alemão, e o próprio autor ensaia também a tradução, num exercício que revela uma ideia muito borgeana da tradução: em literatura não há origem, só há reescrituras. A tradução na obra de Mussa é usada como pretexto, como recurso estético e narrativo, e também como evidência de uma concepção da linguagem humana como jogo e como fim em si mesmo. Para Mussa, como para Borges, traduzir não é repetir, mas recriar, e o tradutor, quer queira quer não, está condenado a ser poeta, visto que “as palavras não são nem sequer sinônimas de si mesmas”.
abstract Translation - whether real or not - has an important role Alberto Mussa’s work. Among the presumed sources of his novels are languages such as Arabic, Tupi, French or German. Mussa is also a translator. In this activity, employs a very Borgean concept of translation: in literature there is no original, there are only rewritings. Translation, in the work of Mussa, is used as a pretext, as an aesthetic and narrative feature, as well as the evidence of a conception of human language as a game and as an end in and of itself. For Mussa - as well as for Borges - translating is not repetition, but recreation, and the translator is inevitably doomed to be a poet, since “words are not even synonymous with themselves”.
resumen La traducción - auténtica o falsa - desempeña un papel importante en la obra de Alberto Mussa. Las supuestas fuentes de sus novelas incluyen lenguas como el árabe, el tupí, el francés o el alemán, y el propio autor ensaya también la traducción, en un ejercicio que revela una idea muy borgiana de ésta: en literatura no existe origen, solamente rescrituras. Mussa usa en su obra la traducción como pretexto, como recurso estético y narrativo, y también como evidencia de una concepción del lenguaje humano como juego y como fin en sí mismo. Para Mussa, como para Borges, traducir no es repetir, sino recrear, y el traductor, tanto si quiere como si no, está condenado a ser poeta, ya que “las palabras no son ni siquiera sinónimas de sí mismas”.