RACIONAL: A cirurgia para hemorróidas sintomáticas é necessária em quase 10% dos pacientes. Embora, a literatura sobre o tratamento cirúrgico da doença hemorroidária seja muito grande, os dados relativos à hemorroidectomia ou hemorroidopexia realizadas por residentes de treinamento é limitado. OBJETIVO: Analisar os resultados destes procedimentos em uma instituição de ensino. MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente os dados de todos os pacientes que se submeteram ao tratamento cirúrgico para hemorróidas entre1995 e 2007 em uma única instituição. Residentes supervisionados realizaram todos os procedimentos. As técnicas foram comparadas com base no tempo operatório, permanência hospitalar, morbidade e eficácia a longo prazo. RESULTADOS: Trezentos e trinta e três pacientes foram incluídos no estudo, 182 homens (54,6%), com idade média de 45,3 anos (± 12,02). Hemorróidas de terceiro grau foram a principal indicação (81,7%). Milligan-Morgan foi o procedimento mais comumente realizado (57%), seguido por Ferguson e hemorroidopexia grampeada. A média de tempo operatório foi significativamente menor no grupo hemorroidopexia grampeada quando comparado com os procedimentos abertos e fechados: 49,4 ± 29,3 min vs 61,1 ± 26,5 e 67,1 ± 28,3, respectivamente (p=0,0034). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos quanto às complicações pós-operatórias ou à taxa de reoperação. O tempo de internação foi significativamente maior no grupo Milligan-Morgan quando comparado com Ferguson e grampeamento (1,41 ± 0,86 dias vs 1,19 ± 0,43 vs 1,16 ± 0,37, respectivamente). Recorrência sintomática, taxas de reoperação e o uso de ligadura elástica foram semelhantes entre os grupos. CONCLUSÃO: Os residentes sob supervisão pode executar Milligan-Morgan, Ferguson e grampeamento hemorroidário com baixa incidência de complicações e bons resultados a longo prazo. O grampeamento foi associado com menor tempo operatório, enquanto Milligan-Morgan foi correlacionada com maior tempo de hospitalização.
BACKGROUND: Surgery for symptomatic hemorrhoids is needed in almost 10% of the patients. Although, literature about the surgical management of hemorrhoidal disease is vast, data concerning hemorrhoidectomy or hemorrhoidopexy performed by training residents is limited. AIM: To analyze the results of these procedures in a teaching institution. METHODS: Data from all patients who underwent surgical treatment for hemorrhoids from 1995 to 2007 in a single institution were retrospectively analyzed. Residents supervised by assisting doctors performed all procedures. Techniques were compared based on operative time, hospital stay, morbidity, and long-term efficacy. RESULTS: Three hundred thirty three patients were included in the study, 182 males (54.6%), with a mean age of 45.3 years (± 12.02). Third degree hemorrhoids were the main indication (81.7%). Milligan-Morgan was the most commonly performed procedure (57%), followed by Ferguson and stapled hemorrhoidopexy. Mean operative time was significantly lower in the stapled hemorrhoidopexy group when compared to the open and closed procedures: 49,4 ± 29.3 min vs. 61.1 ± 26.5 and 67.1 ± 28.3, respectively (p=0.0034). There was no statistically significant difference among the groups regarding postoperative complications or reoperation rate. Length of stay was significantly higher in the Milligan-Morgan group when compared to Ferguson and stapled hemorrhoidopexy (1.41 ± 0.86 days vs. 1.19 ± 0.43 vs. 1.16 ± 0.37 respectively). Symptomatic recurrence, reoperation rates and band ligation usage were similar among groups. CONCLUSION: Residents under supervision can perform Milligan-Morgan, Ferguson and stapled hemorrhoidopexy with low incidence of complications and good long-term results. Stapled hemorrhoidopexy technique was associated with a shorter operative time, while Milligan-Morgan correlated with a longer length of stay.