Resumo Fundamento: O treinamento de caminhada (TC) melhora a capacidade de caminhar e reduz a pressão arterial (PA) clínica em pacientes com doença arterial periférica (DAP), mas seus efeitos na PA ambulatorial permanecem desconhecidos. Objetivo: Investigar o efeito de 12 semanas de TC na PA ambulatorial e sua variabilidade em pacientes com DAP. Métodos: Trinta e cinco pacientes do sexo masculino com DAP e sintomas de claudicação foram alocados aleatoriamente em dois grupos: controle (n = 16, 30 min de alongamento) e TC (n = 19, 15 séries de 2 minutos de caminhada na frequência cardíaca em que ocorreu limiar de dor intercalados por 2 minutos de repouso em pé). Antes e depois de 12 semanas, a PA ambulatorial de 24 horas foi avaliada. Os índices de variabilidade da PA ambulatorial avaliados em ambos os momentos incluíram o desvio-padrão de 24 horas (DP24), o desvio-padrão ponderado de vigília e sono (DPvs) e a variabilidade real média de 24 horas (VRM24). Os dados foram analisados por ANOVAs mistas de dois fatores, considerando significativo P<0,05. Resultados: Após 12 semanas, nenhum dos grupos apresentou alterações na PA de 24 horas, vigília e sono. O TC diminuiu as variabilidades da PA sistólica e média (PA sistólica – 13,3 ± 2,8 vs 11,8 ± 2,3; 12,1 ± 2,84 vs 10,7 ± 2,5; e 9,4 ± 2,3 vs 8,8 ± 2,2 mmHg; PA média – 11,0 ± 1,7 vs 10,4 ± 1,9; 10,1 ± 1,6 vs 9,1 ± 1,7; e 8,0 ± 1,7 vs 7,2 ± 1,5 mmHg para DP24, DPvs e VRM24, respectivamente). Nenhum dos grupos apresentou mudanças significantesnos índices de variabilidade da PA diastólica após 12 semanas. Conclusões: O TC não altera os níveis ambulatoriais da PA, mas diminui a sua variabilidade em pacientes com DAP. Essa melhora pode ter um impacto favorável no risco cardiovascular de pacientes com DAP sintomática. (Arq Bras Cardiol. 2021; 116(5):898-905)
Background: Walking training (WT) improves walking capacity and reduces clinic blood pressure (BP) in patients with peripheral artery disease (PAD), but its effects on ambulatory BP remains unknown. Objective: To investigate the effect of 12 weeks of WT on ambulatory BP and its variability in patients with PAD. Methods: Thirty-five male patients with PAD and claudication symptoms were randomly allocated into two groups: control (n = 16, 30 min of stretching) and WT (n = 19, 15 bouts of 2 min of walking at the heart rate of leg pain threshold interspersed by 2 min of upright rest). Before and after 12 weeks, 24-hour ambulatory BP was assessed. Ambulatory BP variability indices assessed at both time points included the 24-hour standard deviation (SD24), the awake and asleep weighted standard deviation (SDdn), and the 24-hour average real variability (ARV24). Data were analyzed by mixed two-way ANOVAs, considering P<0.05 as significant. Results: After 12 weeks, neither group had significant changes in 24-hour, awake and sleep BPs. The WT decreased systolic and mean BP variabilities (Systolic BP – 13.3±2.8 vs 11.8±2.3, 12.1±2.84 vs 10.7±2.5 and 9.4±2.3 vs 8.8±2.2 mmHg); Mean BP – 11.0±1.7 vs 10.4±1.9, 10.1±1.6 vs 9.1±1.7 and 8.0.±1.7 vs 7.2±1.5 mmHg) for SD24, SDdn and ARV24, respectively). Neither group had significant changes in diastolic BP variabilities after 12 weeks. Conclusions: The WT does not change ambulatory BP levels but decreases ambulatory BP variability in patients with PAD. This improvement may have a favorable impact on the cardiovascular risk of patients with symptomatic PAD. (Arq Bras Cardiol. 2021; 116(5):898-905)