RESUMO Introdução: Ajustes antecipatórios (pré-ativação) dos músculos profundos do tronco aumentam a estabilidade lombopélvica. Estudos prévios demonstram que indivíduos assintomáticos podem apresentar atrasos no início de ativação muscular e alterações físico-funcionais. No entanto, não foram encontrados estudos que tenham verificado se testes físico-funcionais (TFF) são capazes de identificar alteração no início de ativação dos músculos estabilizadores lombopélvicos. Objetivo : Verificar os níveis de sensibilidade, especificidade e acurácia de um conjunto de testes de avaliação da capacidade física funcional para detectar alterações na pré-ativação dos músculos transverso do abdome/oblíquo interno (TrA/OI) e multífido lombar (ML) durante o teste de movimento rápido de flexão do ombro (TMRFO). Método : Participaram do estudo 27 voluntários assintomáticos para dor lombar, com média de idade de 23,8 anos (desvio padrão: 2,2), e que foram submetidos aos TFF e TMRFO para determinação do início da ativação dos músculos profundos do tronco por meio da eletromiografia de superfície. Foi verificada sensibilidade e especificidade e análise da acurácia através da curva ROC (Receiver Operating Characteristic) e teste de qui-quadrado para comparações entre porcentagens (p < 0,05) . Resultados : A "pré-ativação" foi a condição que ocorreu com maior frequência no grupo como um todo, bem como em ambos os gêneros, com exceção do TrA/OI no gênero feminino (χ2 = 0,28/P = 0,58). Entre todos os TFF aplicados, o de enrolamento repetitivo do tronco apresentou maior valor de sensibilidade, especificidade e área sob a curva ROC (0,75; 0,73; 0,74, respectivamente) . Conclusão : Entre os TFF avaliados, o de enrolamento repetitivo do tronco mostrou níveis aceitáveis de acurácia para identificar alterações na ativação da musculatura estabilizadora lombopélvica em voluntários assintomáticos para dor lombar. Assim, o teste de enrolamento repetitivo do tronco pode ser utilizado na clínica para predizer alterações na ativação dos músculos profundos do tronco.
ABSTRACT Introduction: Anticipatory adjustments (pre-activation) of the deep trunk muscles increase lumbopelvic stability. Previous studies have shown that asymptomatic individuals may experience delays in the start of muscle activation, as well as functional physical alterations. However, there are no studies that assess whether physical and functional tests (PFT) are able to identify changes in early activation of the lumbopelvic stabilizer muscles. Objective: To assess the levels of sensitivity, specificity and accuracy of a set of physical and functional performance tests to detect changes in anticipatory activation of the transversus abdominis/internal oblique muscles (TrA/OI) and lumbar multifidus (ML) during a task of fast shoulder flexion movements (FSFM) . Method: Twenty-seven volunteers, asymptomatic for low back pain, with a mean age of 23.8 (Standard deviation: 2.2) years, participated in the study. They were submitted to PFT and FSFM to determine the initial activation time of the deep trunk muscles through surface electromyography. Sensitivity and specificity were determined, and accuracy was analyzed by the ROC (Receiver Operating Characteristic) curve and chi-square test for comparisons between percentages (p<0.05) . Results: Anticipatory activation was the condition that occurred most frequently in the group as a whole, and in both genders, with the exception of TrA/OI in females (χ2=0.28/P=0.58). Among all the PFT assessed, the repetitive trunk flexion-extension test showed the highest values for sensitivity, specificity and area under the ROC curve (0.75; 0.73; 0.74, respectively). Conclusion: Among the PFT evaluated, the repetitive trunk flexion-extension test showed acceptable levels of accuracy for identifying changes in the activation of deep trunk muscles in volunteers who were asymptomatic for low back pain. Thus, the repetitive trunk flexion-extension test can be used clinically to predict changes in the activation of deep muscles of the trunk.
RESUMEN Introducción: Ajustes de anticipación (pre-activación) de los músculos profundos del tronco aumentan la estabilidad lumbopélvica. Estudios anteriores demostraron que individuos asintomáticos (sin dolor) pueden presentar retrasos en el inicio de la activación muscular y alteraciones físicas y funcionales. Sin embargo, no fueron encontrados estudios que hayan verificado si las pruebas físicas y funcionales (PFF) son capaces de identificar los cambios en la activación temprana de los músculos estabilizadores lumbopélvicos. Objetivo: Verificar los niveles de sensibilidad, especificidad y exactitud de un conjunto de pruebas de evaluación de la capacidad física funcional para detectar cambios en la pre-activación de los músculos transverso abdominal/oblicuo interno (TrA/OI) y multífido lumbar (ML) durante la prueba de movimiento rápido de flexión del hombro (PMRFH) . Método: Participaron del estudio 27 voluntarios, asintomáticos para el dolor lumbar, con una edad media de 23,8 años (desviación estándar: 2,2), sometidos a PFF y PMRFH para determinar el inicio de la activación de los músculos profundos del tronco mediante electromiografía de superficie. Se encontró una sensibilidad y especificidad y análisis de exactitud a través de la curva ROC (Receiver Operating Characteristic) y la prueba de chi-cuadrado para las comparaciones entre porcentajes (p < 0,05). Resultados: La "pre-activación" fue la condición que ocurrió con más frecuencia en el grupo como un todo y en ambos sexos, con excepción de TrA/OI en las mujeres (χ2 = 0,28/P = 0,58). Entre todos los PFF aplicados, la flexión repetitiva del tronco presentó un mayor valor de sensibilidad, especificidad y el área bajo la curva ROC (0,75; 0,73; 0,74, respectivamente) . Conclusión: Entre los PFF evaluados, la flexión repetitiva del tronco mostró niveles aceptables de exactitud para identificar cambios en la activación de los músculos estabilizadores lumbopélvicos en voluntarios asintomáticos para dolor lumbar. Así, la prueba de flexión repetitiva del tronco se puede utilizar clínicamente para predecir cambios en la activación de los músculos profundos del tronco.