RESUMO O presente artigo procura interpelar as narrativas da experiência mestiça não só como produção de branqueamento, mas também como encenação de um estereótipo. Ambos encarnados na vivência da nossa família, refletindo tensões, modos e projetos de identidade nacional. A romantização da mestiçagem, lugar de produção, de fundação e de disseminação do desejo sempre insatisfeito de ser outro, marca o jogo de projeções, simulações e dissimulações da narrativa de nossa ascendência. Enquanto pesquisadoras, buscamos desvendar alguns mistérios, preencher lacunas, analisar as tensões dessas histórias que nem sempre contavam os fatos pelo que era falado, mas pelo interdito, não dito, mal dito. Conhecer o processo de formação e de conformação das famílias, muitas das vezes, no leva a conhecer o processo de formação e de conformação da sociedade, do país e do mundo.
ABSTRACT This article seeks to challenge the narratives of the mestizo experience not only as a production of whitening but also as the staging of a stereotype. Both embodied in the experience of our family, reflecting tensions, modes, and projects of national identity. The romanticization of miscegenation, a place of production, foundation, and dissemination of the ever-dissatisfied desire to be another, marks the game of projections, simulations, and concealments of the narrative of our ancestry. As researchers, we seek to unravel some mysteries, fill in gaps, analyze the tensions of these stories that did not always tell the facts for what was said, but for the interdict, not said, ill-said. Knowing the process of formation and conformation of families, many times does not lead to knowing the process of formation and conformation of society, the country, and the world.