Atriagem auditiva, a identificação e intervenção precoces da perda auditiva possibilitam um bom prognóstico para o desenvolvimento infantil. OBJETIVO: Analisar os resultados obtidos pelo Programa de Saúde Auditiva em neonatos que permaneceram em Unidade de Terapia Intensiva-UTI. MÉTODO: Estudo de corte transversal prospectivo. A amostra foi constituída por recém-nascidos, internados em unidade neonatal do CAISM/Unicamp, por pelo menos 48 horas, no período de 13 meses. O procedimento utilizado para triagem auditiva foi o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico Automático-Madsen Accuscreen, próximo à alta hospitalar. As crianças que falharam na triagem foram encaminhadas para diagnóstico audiológico, otorrinolaringológico e genético. RESULTADOS: Fizeram a triagem auditiva 84,7% dos neonatos vivos, sendo realizada em 39,7% dos casos após 30 dias de vida. O diagnóstico mostrou que 63,8% das crianças apresentaram audição normal. A incidência da perda auditiva foi de 4%, sendo de 1,4% para perda do tipo neurossensorial, 0,24% com Espectro da Neuropatia Auditiva e 2,2% do tipo condutiva. CONCLUSÃO: Concluiu-se que a triagem auditiva neonatal não foi universal e nem aplicada, em muitos casos, no primeiro mês de vida. Deve ser realizada antes da alta hospitalar e em de mais de uma etapa. A incidência da perda auditiva foi elevada.
Auditory screening and early identification and management of patients with hearing loss improve the development prospects of infants. OBJECTIVE: To analyze the outcomes produced by an Auditory Health Program in neonates managed in an intensive care unit. METHOD: This prospective cross-sectional study enrolled neonates referred to the neonatal care unit at hospital CAISM/Unicamp with stays lasting for 48 hours and more within a period of 13 months. Automated monitoring of brainstem auditory evoked potentials was used in the auditory screening of neonates at the time of discharge. Children with poor BAEPs were sent to undergo audiological, otorhinolaryngological, and genetic tests. RESULTS: Auditory screening was performed for 84.7% of the live births; 39.7% were screened at 30 days or more of age. Diagnostic tests revealed that 63.8% of the children had normal hearing. Incidence of hearing loss was 4%; sensorineural hearing loss was observed in 1,4% of the subjects; 0.24% had auditory neuropathy spectrum disorder; and 2.2% had conductive hearing loss. CONCLUSION: Neonatal auditory screening was not offered universally, and nor was it carried out, in many cases, within the child's first month of life. Screening must be performed before neonates are discharged and in more than one stage. A high incidence of hearing loss was observed.