Resumo Introdução: os trabalhadores da saúde podem ser acometidos por doenças relacionadas ao trabalho. A literatura registra que os transtornos mentais constituem importante fator de adoecimento entre esses trabalhadores. Objetivo: avaliar a prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) e os fatores sociodemográficos, de estilo de vida e de trabalho, associados à sua ocorrência entre trabalhadores da Atenção Básica à Saúde. Métodos: estudo exploratório, de corte transversal, com amostra estratificada proporcional de trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Saúde da Família, equipe de Vigilância Epidemiológica e Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf). Resultados: a prevalência global de TMC foi de 22,9%; entre os trabalhadores do Nasf atingiu 31,6%. Observou-se associação positiva e estatisticamente significante (p≤0,05) entre TMC e sexo feminino, qualidade de vida regular/ruim/muito ruim, estado de saúde regular/ruim/muito ruim, pressão do tempo, insatisfação com o trabalho e elevadas demandas psicológicas. Discussão: devem ser priorizadas ações sobre os aspectos relacionados ao gênero, ao estado de saúde, qualidade de vida e, especialmente, sobre os aspectos da organização do trabalho, como a pressão do tempo, satisfação no trabalho e demanda psicológica envolvida.
Abstract Introduction: health care workers may be exposed to work-related diseases. The literature reports that mental disorders are important causes of illness among these workers. Objective: to evaluate the prevalence of Common Mental Disorders (CMD) and sociodemographic, lifestyle and working life factors associated with CMD occurrence among Primary Health Care Services workers. Methods: exploratory, cross-sectional study with a proportional stratified sample of workers from Primary Health Units, Family Health Units, Epidemiological Surveillance Team and Support Center for Family Health (NASF). Mental health was assessed by the Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) and the psychosocial aspects of work by the Job Content Questionnaire (JCQ). Results: the global CMD prevalence was 22.9%; among workers from NASF it reached 31.6%. Positive association, statistically significant (p≤0.05), was observed between CMD and women, regular/bad/very bad quality of life, regular/bad/very bad health status, time pressure, dissatisfaction with work and high psychological demands. Discussion: actions related to gender, health status, quality of life and especially to work organization aspects, such as time pressure, psychological demands and job satisfaction should be prioritized.