resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da presença de sulfato na microestrutura e resistência à compressão de pastas de cimento. Por vezes, a falta de disponibilidade de agregados mais adequados, por razões de distância ou custos, leva à utilização de materiais que contenham em sua composição a presença de sulfato, prejudicial às misturas de cimento. Atualmente existem recomendações normativas que limitam os teores de contaminação dos agregados, entretanto, ainda existem divergências quanto ao teor que não agride o concreto. A fim de discutir os teores apresentados nas normas e também os valores acima dos permitidos por elas, foram realizados ensaios em compostos cimentícios contaminados por diferentes teores de sulfatos (0,0%, 0,5%, 1,0% e 5,0% de SO3). As análises de MEV, DRX, resistência à compressão, velocidade de ultrassom e porosidade foram realizadas em diferentes idades, até 720 dias de idade, nas amostras. Durante as primeiras idades, até o primeiro ano, as amostras mais contaminadas apresentaram aumento em sua resistência (1,0% e 5,0% de SO3). Este comportamento foi explicado pelas análises de MEV, DRX e porosidade pelo preenchimento dos poros por produtos do ataque de sulfato, como a etringita. Ao final dos ensaios (720 dias) a série que apresentou menor resistência à compressão, presença de fissuras e grande quantidade de etringita foi a que apresentou 5,0% de contaminação de SO3, comprovando a importância de um teor limite normativo.
abstract: The objective of this work was to evaluate the influence of the presence of sulfate in the microstructure and compressive strength of cement pastes. The lack of availability of more suitable aggregates, for reasons of distance or costs, sometimes leads to the use of materials that contain sulfate in their composition, which is harmful to cement mixtures. Currently, there are normative recommendations that limit the content of contaminants in the aggregates. However, there are still divergences as to the content that does not damage the concrete. In order to discuss the levels presented in the standards and the values above those allowed by them, tests were carried out on cementitious compounds contaminated by pyrite in different levels of sulfates (0.0%, 0.5%, 1.0% and 5.0% of SO3). SEM, XRD, compressive strength, ultrasonic pulse velocity and porosity analyses were performed in samples at different ages until 720 days of age. During early ages until the first year, the most contaminated samples presented an increase in their strength (1.0% and 5.0% of SO3). This behavior was explained by SEM, XRD and porosity analyses by filling the pores with products of sulfate attack, such as ettringite. At the end of the tests (720 days) the series that presented the lowest compressive strength, the presence of cracks and large amounts of ettringite was the one that had 5.0% SO3 contamination, proving the importance of a normative limit content.