Vários aspectos da química aquática do mercúrio elementar (Hg0) são importantes para o entendimento do destino deste metal no ambiente, mas no entanto têm sido pouco estudados. Neste trabalho, observou-se que a dissolução reativa do mercúrio elementar é dependente da concentração do metal em solução, da velocidade de oxidação do metal, da concentração de material particulado, da natureza e concentração de outros íons e do pH. Quando 1 g L-1 de Hg0 foi usado em água destilada em um sistema aberto para a atmosfera, a concentração de mercúrio solúvel aumentou em função do tempo, obtendo-se 5,4 mg L-1 de Hg total no estado estacionário. Deste total, 3,2 mg L-1 foram devido às espécies Hg2+ formadas via oxidação. Em amostras de água de lago, os resultados mostraram uma inibição no processo de dissolução reativa e a concentração total do metal em água foi de 3,1 mg L-1 no estado estacionário. Este efeito inibitório foi atribuído ao material particulado. Em água do mar, a concentração total de Hg solúvel aumentou em função do tempo, atingindo um valor de 17,8 mg L-1 depois de 10 h. Em seguida, a concentração de Hg solúvel diminuiu, atingindo 4,8 mg L-1. Os experimentos realizados em diferentes valores de pH (4,0; 7,0 e 9,0), mostraram que a dissolução reativa do metal acontece em maior extensão em pH 4,0. Estudos de adsorção de ambas as espécies, íon mercúrico e mercúrio elementar, sobre o material particulado, mostraram uma dependência da área superficial, obtendo-se a seguinte ordem: 400 mesh > 200 mesh > sedimento in natura. As implicações destes resultados são discutidas, levando em consideração o cenário Amazônico.
Several aspects of the aquatic chemistry of elemental mercury (Hg0) are vital to the understanding of the fate of this metal in the environment, yet have scarcely been studied. Reactive dissolution of metallic mercury is shown to be dependent on the metal concentration in solution, the metal oxidation rate, particulate material concentration, nature and concentration of other ions, and pH. When using 1 g L-1 of Hg0 in distilled water open to the atmosphere, the concentration of soluble mercury increases as a function of time, reaching 5.4 mg L-1 of total Hg in the steady state. From this, 3.2 mg L-1 were due to Hg2+ formed via oxidation. In lake water, results showed an inhibition in the reactive dissolution process, and the total metal concentration in water was 3.1 mg L-1 in the steady state. This inhibitory effect was attributed to particulate material. In seawater, the total concentration of soluble Hg increases as a function of time, reaching a peak of 17.8 mg L-1 after 10 h. After this, the soluble concentration dropped, to 4.8 mg L-1. Experiments performed at different values of pH (4.0;7.0 and 9.0), showed that the dissolution of the metal occurred to a higher extent at pH 4.0. Adsorption studies of both mercuric ions and elemental mercury species onto particulate material showed a dependence on the surface area, following the sequence 400 mesh > 200 mesh > sediment in natura. The implications of such findings are discussed, taking into consideration the Amazonian scenario.