Populations of Asterina stellifera Möbius, 1859 are declining in southern Brazil and today the species is on the Brazilian list of endangered species. Here we experimentally investigate the ecological role played by A. stellifera as a predator on the rocky substrate community by increasing densities of this species. Starfish taken from other, nearby, locations were added to three replicate plots and their density was maintained every 15 days. None of the total of 32 species that were identified in the encrusting community appeared to be influenced by the experiment. Two species, the barnacle Chthamalus bisinuatus Pilsbry, 1916 and the algae Gracilaria verrucosa (Hudson), showed small apparent responses to predation. We found that A. stellifera only exerts weak predation pressure on the community, even at high densities. This result is strikingly different from that observed for similar species in the northern hemisphere and in Australia.

Misidáceos são crustáceos comuns no sublitoral de todo o mundo. Neste estudo as características populacionais e a biologia reprodutiva de Metamysidopsis neritica Bond-Buckup & Tavares, 1992 foram estudadas na zona de arrebetação de uma praia no sul brasileiro (Atami). Os misidáceoa foram coletados mensalmente no período de agosto/1999 a julho/2000 (total de 29490 exemplares). Os indivíduos foram classificados em seis categorias populacionais. A maior abundância ocorreu em maio (8665) e em agosto (6415), e a menor, em setembro (336) e dezembro (368). Foram identificadas três principais gerações, nomeadas de geração do verão, do outono e do inverno. A com maior longevidade foi a do inverno (quatro a cinco meses). A duração da geração do outono foi de quatro meses e a do verão variou de três a quatro meses. Fêmeas ovígeras foram amostradas durante todo o ano, sendo a maior proporção obtida em julho. O número de ovos e de larvas variou de um a 16. Foi observada uma fraca relação entre o comprimento das fêmeas e: o número de ovos, o volume dos ovos e o número de larvas com e sem olhos. O volume dos ovos aumentou na estação mais fria, sendo os menores valores registrados no verão. Os resultados sugerem uma possível relação direta entre o volume dos ovos e a logevidade das gerações.

Mysidacea are common sublittoral crustaceans that inhabit all coasts in the world. In this study, the population characteristics and the reproductive biology of Metamysidopsis neritica Bond-Buckup & Tavares, 1992 were studied in the surf zone of a south Brazilian beach (Atami). Mysids were sampled at monthly intervals from August, 1999 to July, 2000 (total of 29,490 individuals). Individuals were classified into six population categories. The highest abundance occurred in May (8,665) and August (6,415), and lowest in September (336) and December (368). Three main generations were identified, namely the summer, fall and winter generations. The winter generation was the longest (four to five months). The fall generation lasted four months, and the summer one extended from three to four months. Ovigerous females occurred throughout the year, with a greater proportion in July. The number of eggs or larvae varied from one to 16. Weak associations were found between female length and egg number, egg volume, and the number of larvae with and without eyes. Egg volume increased during the coldest season, whereas the smallest values were recorded during summer. These results suggest a possible direct relationship between egg volume and generation longevity.

A capacidade de Notothenia rossii Richardson, 1844 detectar presas in diferentes fotoperíodos (24L, 24D e 12L/12D) foi estudada em tanques experimentais. Em 12L/12D houve um maior número de indivíduos estimulados visual e quimicamente enquanto que em 24D a percepção química foi a mesma que a observada em 12L/12D, sendo este ultimo inferior a 24L. A morfologia das estruturas quimio-foto sensoriais, envolvidas na detecção do alimento, foi estudada. As células fotorreceptoras da retina são os cones simples e duplos e os bastonetes. Os botões concentraram-se na região central dos lábios superior e inferior. Seu formato é constante, mas o tamanho é variável. A rosseta olfatória possui um epitélio sensorial e não sensorial rico mucosubstâncias de natureza diversa. Podemos concluir que em diferentes fotoperíodos existe uma diferença de resposta na estimulação visual e química para a detecção de persas e todo o sistema sensorial são mais estimulados em períodos de maior luminosidade, principalmente quando existe uma alternância entre períodos de luz e escuro. Os órgãos sensoriais são complexos quando comparados com outros peixes antárticos como Gobionotothen gibberifrons Lönnberg, 1905 e Ophthalmolycus amberensis Tomo, Marshoff & Torno, 1977) mas similar a Notothenia coriiceps Richardson, 1844.

The influence of photoperiod on the ability of Notothenia rossii Richardson, 1844 to detect prey was studied experimentally. In 12L/12D there was the highest number of individuals stimulated visually and chemically while in 24D chemical perception was the same as that observed in 12L/12D, the latter being lower than in 24L. The ultrastructure of chemo- and photo-sensory structures, involved in the detection of food, was studied. The photoreceptor cells of the retina are single and double cones, and rods. Taste buds were concentrated in the central part of upper and lower lips. Their shape is even, but the size is variable. The olfactory rosette has a sensory and a non-sensory epithelium, being rich in different mucosubstances. The conclusion was that in different photoperiods there is a difference in the response to visual and chemical stimulation for prey detection and that all sensory systems are more stimulated in periods of more luminosity, mainly when there is an alternation between light and dark periods. Sensory organs are complex when compared to some other Antarctic fish such as Gobionotothen gibberifrons Lönnberg, 1905 and Ophthalmolycus amberensis Tomo, Marshoff & Torno, 1977 but similar to those of N. coriiceps Rchardson, 1844.

O atual crescimento da piscicultura nacional tem aumentado a incidência de enfermidades parasitárias que promovem perdas econômicas. Atualmente são utilizados tratamentos com organofosforados para o combate das parasitoses (e.g.: Trichlorfon). Este trabalho tem como objetivo avaliar a influência de Trichlorfon sobre o crescimento de peixes criados em cativeiro. Utilizando como peixe modelo a tilápia (Oreochromis niloticus), foram realizados bioensaios em laboratório e em ambiente de cultivo. Foram feitas biometrias do peso e comprimento total dos animais durante 16 semanas. O tratamento teve início após a sexta semana de biometria, sendo aplicadas cinco doses de 0,25 ppm de Trichlorfon, uma por semana. Os dados foram gerenciados através de análises longitudinais. Em laboratório, os peixes tratados apresentaram uma redução das taxas de crescimento, sendo significativa apenas para a variável peso. Em ambiente de cultivo, o crescimento foi maior nos peixes tratados do que nos controles. Tais resultados indicam que mesmo sendo tóxico, a ação deletéria do Trichlorfon é diretamente proporcional à biomassa relativa (gramas de peixe por litro). Estes resultados sugerem que os tratamentos com produtos que têm como princípio ativo o Trichlorfon devem ser realizados em viveiros/tanques com baixa biomassa relativa/densidade, para evitar o prejuízo da higidez e das características zootécnicas do plantel.

The aim of this work was to evaluate the influence of Trichlorfon on the growth of cultured fishes. Using Oreochromis niloticus as fish model, bioassays were performed in the laboratory and field. Biometry was performed for 16 weeks. The treatment started after the sixth week of biometry, with the application of five weekly doses of 0.25 ppm of Trichlorfon. Growth data were compared by longitudinal analyses. In the laboratory, the treated fishes showed a reduction of growth; however, the statistical significance was only seen in the variable weight. In the field, the growth of treated fish was higher than that of the controls. This suggested that the treatment should be done in tanks with lower relative biomass to maintain the good zootechnic characteristics of fishes.

A ordem Mysidacea compreende um grupo de pequenos crustáceos muito comuns na maioria dos ecossistemas costeiros. A presente contribuição descreve a composição, abundância e distribuição dos misidáceos em duas praias arenosas representando as condições extremas do espectro morfodinâmico. Foram achadas seis espécies de misidáceos. A espécie mais abundante foi Metamysidopsis neritica Bond-Buckup & Tavares, 1992, com mais de 97% do total dos indivíduos coletados nas duas praias. Na praia dissipativa, M. neritica foi dominante no espraiamento da onda e na zona de arrebentação, com as maiores abundâncias na arrebentação interna. Na praia refletiva esta espécie foi muito abundante na arrebentação e imediatamente atrás da mesma. Bowmaniella brasiliensis Bacescu, 1968 esteve presente em baixas densidades na zona de arrebentação da praia dissipativa, com as maiores abundancias na arrebentação externa e praticamente ausente nas águas rasas por trás da arrebentação. Sugerimos que a zonação de misidáceos em praias arenosas foi primeiramente desenvolvida como resposta à disponibilidade de alimento determinada pelo padrão de correntes de circulação e, secundariamente, como resultado de exclusão competitiva. Resulta surpreendente o fato das espécies de misidáceos dividirem recursos espaciais e de alimentação num ambiente de praia arenosa que é geralmente caracterizado como de baixa heterogeneidade espacial e submetido a um forte estresse físico.

The order Mysidacea comprises small and very common crustaceans that inhabit most coastal ecosystem. The present contribution describes the composition, abundance and distribution of mysids in two sandy beaches representing the extreme conditions of the morphodynamics spectrum. Six species of mysids were found at the studied beaches. Metamysidopsis neritica Bond-Buckup & Tavares, 1992 was the most abundant species with more than 97% of the total individuals collected at the two beaches. At the dissipative beach was dominant in the swash and surf zone, with the greater abundance in the inner surf zone. At the reflective beach, this species was extremely abundant in the surf zone and backward the breaker. Bowmaniella brasiliensis Bacescu, 1968 occurred in low density at the surf zone of the dissipative beach, with the greater abundance in the outer surf zone, and it was practically absent in the nearshore zone. We suggest that mysids zonation in sandy beaches may be first developed as a response to food availability patterns imposed by the nearshore circulation systems, and in the second place as a result of competitive exclusion. The suggestion of partitioning of food and spatial resources shown by the mysid species is surprising in view of the apparent physical harshness and low spatial heterogeneity that seem to characterise the beach environment.