A síndrome da deficiência do hormônio do crescimento (GH) no adulto está bem estabelecida, assim como os benefícios da terapia de reposição com o GH recombinante. Dentre as alterações observadas nesses pacientes, as da composição corporal estão entre as mais estudadas, sendo caracterizadas por um aumento da gordura corporal total com predomínio de gordura no tronco, diminuição da massa magra, da força muscular e da água corporal total. Todas são quase completamente revertidas após tratamento de reposição com GH. Estudamos a composição corporal e potência muscular de 11 pacientes com deficiência de GH, antes e após serem submetidos a um programa de treinamento com exercícios contra resistência por 12 semanas, sem reposição com o GH. Avaliamos a composição corporal através de medidas de circunferências, dobras cutâneas, peso, altura, cálculo do índice de massa corporal e relação cintura-quadril. A potência muscular localizada foi avaliada em vários grupos musculares através de cinco exercícios numa unidade de exercícios musculares localizados, onde foi acoplado um tensiômetro. Após análise dos resultados, observamos que não houve mudança na composição corporal destes pacientes, em relação ao índice de massa corporal, relação cintura-quadril e peso. Quando estudamos separadamente a soma das dobras cutâneas centrais e periféricas, houve diminuição no volume da soma das dobras centrais. Em relação à força e potência muscular, não houve ganho de força de preensão manual medida através do dinamômetro (p>0,05), já a potência mostrou um aumento significativo após treinamento (p<0,01). Concluímos que esses pacientes, se submetidos a um programa de treinamento de exercícios contra resistência realizado em casa, ganham potência muscular e que esta forma de exercício é uma alternativa terapêutica para que possam melhorar sua qualidade de vida, quando não for possível a utilização do GH.
Growth hormone (GH) deficiency syndrome in adults is well established, as well as the benefits of replacement with recombinant GH. Body composition changes are frequently studied in these patients, and are characterized by an increase in total body fat with predominant trunk obesity, a decrease in lean body mass, muscular strength and total body water. All of these features are almost completely reversed after recombinant GH therapy. This study evaluated body composition and muscle power in 11 GH-deficient patients before and after undergoing a resistance-training program for 12 weeks without GH replacement. We evaluated the body composition by measuring girths, skinfolds, weight, height, body mass index, waist-hip ratio and abdominal computerized tomography. Muscle power was assessed in several muscle groups by mean of five exercises in a muscle-training machine, to which a tensiometer was attached. The data analysis showed that there were no changes in body composition, body mass index, waist-hip ratio and weight. When we studied separately the sum of central and peripheral skinfolds, we noted a volume reduction in the sum of central skinfolds. With relation to muscular strength and power there was no gain in handgrip muscular strength (p>0.05), whereas muscular power showed a significant increase after the training (p<0.01). We concluded that when these patients are submitted to a home-based training program of resistance - type exercises they gain muscular power, and that this type of exercise is a therapeutic alternative that can improve their quality of life whenever the use of recombinant GH is not possible.