Resumo: O artigo caracteriza a autoridade docente como fruto da tradição patriarcal e cristã, na qual a performance do professor instaurava a disciplina e o silêncio. Mas, tal como a Aura da obra de arte entra em decadência pelo avanço técnico, o mesmo ocorreria com a aura do professor: a democratização/laicização da educação, ao desvincular o saber do divino, gera desterritorialização da autoridade docente. Em resposta, busca-se em obras de arte e na filosofia formas de reverter dialeticamente a Aura e o Sagrado no ensino, apontando para a construção de communitas de aprendizado, cujo professar seja experiência estética e coletiva, marcada pela presença de entusiasmo nos corpos.
Abstract: The article characterizes the teaching authority as a product of patriarchal and Christian tradition, according to which the teacher’s performance would establish discipline and silence. Just like the aura (Benjamin, 2017) of a work of art decays through technical advance, so would the teacher's aura: the democratization/secularization of education, by unlinking knowledge from the divine, generates deterritorialization of authority. In response, means of dialectically reverting the aura in teaching are sought here in works of art and philosophy. These point toward the construction of communitas in learning, in which professing becomes an aesthetic and collective experience, marked by the presence of an embodied enthusiasm.
Résumé: L’article décrit l’autorité enseignante comme fruit de la tradition patriarcale/chrétienne, dans laquelle la performance du professer établissait discipline et silence. Mais comme l’Aura (Benjamin, 2017) des arts tombe par l’avance technique, le même se produira pour l’aura de l’enseignant: la démocratisation/laïcisation de l’éducation, en dissociant le savoir du divin, engendre la déterritoralisation de l’autorité. En réponse, des œuvres d'art et de la philosophie sont recherchées pour revenir dialectiquement l’Aura dans l'enseignement, indiquant la construction de communitas d'apprentissage, dont le professer soit une expérience esthétique, collective, marquée par l’enthousiasme incarné.