RESUMO Objetivo: Caracterizar as variáveis associadas ao encaminhamento à emergência após consulta de Telemedicina durante a pandemia de COVID-19. Métodos: Estudo transversal e retrospectivo, realizado entre março e maio de 2020, com amostra de 500 pacientes adultos. O critério de inclusão foi apresentação de sintomas respiratórios, independente do tipo. Resultados: A média de idade dos pacientes foi de 34,7±10,5 anos, e 59% eram do sexo feminino. A maioria dos pacientes (62,6%) se classificou subjetivamente como tendo um mal-estar, e alguns (41,4%) autodiagnosticaram COVID-19. Tosse (74,4%), rinorreia (65,6%), dor de garganta (38,6%) e espirros (20,6%) foram os sintomas mais comuns relacionados à infecção. Dispneia e dor torácica foram relatados por 29,4% e 16% dos pacientes, respectivamente. Foi calculado o escore de Roth de um número considerável de pacientes (67,6%), obtendo resultado normal em 83,5%, moderadamente alterado em 10,7% e grave em 5,6%. A percentagem de casos suspeitos de COVID-19 foi de 67,6%, e 75% desses foram gerenciados remotamente, com apenas um quarto sendo encaminhado para avaliação imediata na emergência. Conclusão: A avaliação da Telemedicina está associada à reclassificação da impressão subjetiva do paciente, melhor inspeção da COVI-19 e identificação de pacientes de risco. O encaminhamento é otimizado, para evitar avaliação presencial inadequada, e permite que os pacientes de baixo risco sejam orientados de forma apropriada. A Telemedicina deve ser implementada no sistema de saúde como estratégia com boa relação custo-efetividade para a avaliação inicial de pacientes agudos.
ABSTRACT Objective: To characterize variables associated with referral to the emergency department following Telemedicine consultation during the COVID-19 pandemic. Methods: Cross-sectional retrospective study conducted between March and May 2020, with a sample of 500 adult patients. The inclusion criterion was the manifestation of respiratory symptoms, regardless of type. Results: The mean age of patients was 34.7±10.5 years, and 59% were women. Most patients (62.6%) perceived their own health status as malaise and some (41.4%) self-diagnosed COVID-19. Cough (74.4%), rhinorrhea (65.6%), sore throat (38.6%) and sneezing (20.6%) were the most common infection-related symptoms. Overall, 29.4% and 16% of patients reported dyspnea and chest pain, respectively. The Roth score was calculated for a sizeable number of patients (67.6%) and was normal, moderately altered or severely altered in 83.5%, 10.7% and 5.6% of patients, respectively. The percentage of suspected COVID-19 cases was 67.6%. Of these, 75% were managed remotely and only one quarter referred for emergency assessment. Conclusion: Telemedicine assessment is associated with reclassification of patient's subjective impression, better inspection of coronavirus disease 2019 and identification of risk patients. Referral is therefore optimized to avoid inappropriate in-person assessment, and low-risk patients can be properly guided. Telemedicine should be implemented in the health care system as a cost-effective strategy for initial assessment of acute patients.