RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dor musculoesquelética é cada vez mais frequente no âmbito da saúde do trabalhador. Quando o trabalho é caracterizado por atividades rudimentares, como no caso da agricultura familiar, que exige o emprego de força física, jornada intensa e prolongada, exposição a riscos físicos, químicos, biológicos, mecânicos e ergonômicos, o trabalhador fica propenso a desenvolver doenças de ordem musculoesquelética, e, consequentemente, dor. O objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de dor musculoesquelética em agricultores familiares, bem como identificar os segmentos corporais mais acometidos e avaliar as ferramentas utilizadas no processo de trabalho que podem influenciar o desenvolvimento de doenças e dores musculoesqueléticas. MÉTODOS: Utilizou-se um formulário de pesquisa que contempla dados sociodemográficos, o Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares e a escala analógica visual para dor. Participaram do estudo 150 agricultores familiares. Aos dados obtidos foram aplicados os testes estatísticos, inclusive o Exato de Fisher. A rejeição da hipótese H0 foi realizada para um nível de significância de p≤0,05, estipulando um intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: Os resultados apontam alta prevalência de dor musculoesquelética nos agricultores pesquisados, cujas regiões mais acometidas foram a parte inferior das costas e ombros. A referência de dor pelos agricultores está associada às atividades desempenhadas e ferramentas, como a enxada e o pulverizador manual, utilizadas no trabalho. CONCLUSÃO: Os agricultores são suscetíveis ao desenvolvimento de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho e que a prevalência de dor referida é elevada.
ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Musculoskeletal pain is increasingly common in the field of workers’ health. When the work is characterized by rudimentary activities, as in the case of family farming, which requires the use of manual labor, intense and prolonged working journey, exposure to physical, chemical, biological, mechanical and ergonomic risks, the worker is prone to develop musculoskeletal diseases, and consequently pain. The objective of this study was to investigate the prevalence of musculoskeletal pain in family farmers, as well as to identify the body segments mostly affected and evaluate the tools used in the working process that may influence the development of musculoskeletal diseases and pain. METHODS: A research form that includes social-demographic data, the Nordic Musculoskeletal Questionnaire, and the visual analog pain scale were used. 150 farmers participated in the study. Statistical tests were applied to the data obtained, including the Fisher Exact. The H0 hypothesis was rejected for a significance level of p≤0.05, stipulating a confidence interval of 95%. RESULTS: The results show a high prevalence of musculoskeletal pain in surveyed farmers, whose most affected regions were the lower back and shoulders. The pain reported by farmers is associated with the activities performed and the tools used, such as the hoe and the hand spray, used at work. CONCLUSION: Farmers are susceptible to the development of work-related musculoskeletal disorders, and the prevalence of the referred pain is high.