OBJETIVO: Avaliar o resultado clínico-funcional e radiográfico dos pacientes com fraturas do colo do tálus tratados pelo Grupo de Cirurgia do Pé e Tornozelo da Santa Casa de São Paulo. MÉTODO: Avaliamos 20 pacientes, com tempo médio de seguimento de 71 meses: um com fratura do tipo I, 12 do tipo II, cinco do tipo III e dois do tipo IV, sendo quatro fraturas expostas. RESULTADOS: Um paciente foi tratado incruentamente, 16 com RAFI (três com artrodese subtalar primária), um com talectomia e dois com artrodese tibiotalocalcaneana. A redução obtida foi classificada como anatômica em sete pés, aceitável em seis, e ruim em quatro. Sete pacientes apresentaram complicações precoces. Houve um retardo de consolidação e quatro osteonecroses do corpo do tálus. Quatro pacientes necessitaram de procedimentos reconstrutivos secundários. Sessenta e dois porcento dos pacientes não apresentaram comprometimento radiográfico importante na articulação do tornozelo e 25% na articulação subtalar. Dos pacientes não submetidos a procedimentos secundários, 81% apresentaram queixas referentes ao pé tratado, 37,5% apresentaram alguma deformidade, 44% déficit sensitivo e 50% estavam aposentados. A perda média de movimento do tornozelo foi de 49% e da subtalar 80%. A pontuação média pela escala AOFAS foi de 73 pontos. CONCLUSÃO: A fratura do colo do tálus leva a alta incidência de complicações clínico-funcionais e radiográficas.
OBJETIVE: To evaluate the clinical, functional and radiographic outcomes of talar neck fractures in patients treated at the Foot and Ankle Surgery Group of the Santa Casa de São Paulo. METHOD: 20 patients were evaluated. Mean follow-up time was 71 months. One fracture was classified as Hawkins Type I, 12 as Hawkins type II, five as Hawkins type III, two as Hawkins type IV, and four fractures were open. RESULTS: One patient was treated conservatively, 16 were treated with ORIF (three with primary subtalar arthrodesis), one treated with talectomy and two with tibiotalocalcaneal arthrodesis. The reduction was anatomical in seven feet, acceptable in six feet and poor in four. Seven patients had early complications. There was one delay of consolidation and four talar body osteonecrosis. No signs or minimal signs of radiographic arthritis of the affected ankles were found in 62% of the patients and 25% of affected subtalar joints. Of the 16 patients who did not require secondary procedures, 81% complained about the treated foot, 37.5% showed some deformity, 44% had decreased skin sensitivity and 50% never returned to work. The mean loss of motion in the ankle was 49%, and in the subtalar joint, 80%. The average AOFAS score was 73 points. CONCLUSION: Talar neck fractures are associated with high rates of clinical, functional and radiographic complications.