A experiência cirúrgica no tratamento de 72 pacientes consecutivos com dissecções da aorta proximal foi analisada, com o objetivo de identificar os fatores agravantes do risco da operação. Trinta e nove pacientes foram operados na fase aguda e, em 9 pacientes, o comprometimento era restrito à aorta ascendente. O procedimento cirúrgico mais utilizado foi a substituição da aorta ascendente por tubo de Dacron, associada à correção da delaminação, tendo-se atuado no arco aórtico apenas em 5 pacientes. A mortalidade hospitalar foi de 27,7%, assumindo um valor de 43,5% para os pacientes operados na fase aguda e de 9% para os operados cronicamente. Em 45% desses pacientes houve uma relação direta entre a causa do óbito e a existência de complicações no pré-operatório. Foram considerados como determinantes de maior risco cirúrgico: as lesões neurológicas prévias, o tamponamento cardíaco, o choque cardiogênico, a isquemia miocárdica aguda e a disfunção renal. A compressão do tronco braquiocefálico, ou das artérias carótidas pela dissecção, o orifício de rotura primária da íntima no arco aórtico, a isquemia mesentérica e, nos casos operados na fase aguda, a insuficiência valvar aórtica de moderada ou grave repercussão também foram relacionados a um risco operatório mais elevado. Em conclusão, o resultado do tratamento cirúrgico das dissecções da aorta proximal guarda íntima relação com as condições pré-operatórias dos pacientes. A obtenção de melhores resultados com a operação na fase aguda depende, principalmente, do reconhecimento precoce da dissecção e da utilização de terapêutica clínica adequada durante o período de investigação diagnostica.
The surgical experience in the treatment of 72 patients with proximal aortic dissections was analized to identify the determinants of high operative risk. Thirty-seven patients were operated upon in the acute stage and the dissection was restrict to ascending aorta in 9. The most common surgical procedure was the interposition of Dacron graft in the ascending aorta associated to obliteration of false lumen. The aortic arch was approached only in 5 patients. The overall operative mortality was 27.7% and patients with acute dissections had mortality rate of 43.5%. There was a direct relationship between the causes of death and preoperative complications in 45% of these cases. The following factors were considered predictors of high operative risk: previous neurologic compromise, cardiac tamponade, persistent shock, acute myocardial ischemia and renal dysfunction. Involvement of innominate or carotid arteries by dissection, presence of intimal tear in aortic arch, mesenteric ischemia and only in the acute cases, moderate or severe aortic valve incompetence were also correlated with a higher operative mortality. In conclusion, the operative risk of the treatment of proximal aortic dissection has a relationship with preoperative clinical condition. Better results in the acute stage could be improved by early diagnosis and adequate medical therapy during investigation period.