Foram desenvolvidos dois experimentos, um com polinização natural e outro com polinização controlada, em duas localidades do Estado de Minas Gerais (Campo Experimental do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Lavras - UFLA e Fazenda Experimental da UFLA, conhecida como "Vitorinha") em 2004/2005, para verificar e quantificar o efeito xênia em milho. Nos dois experimentos, marcadores microssatélites foram utilizados para distinguir grãos de origem cruzada dos resultantes de autopolinização. Para o estudo foram utilizados três híbridos simples, P 30F90, A 2555 e DKB 333 B, realizando todos os cruzamentos possíveis entre eles, incluindo os recíprocos. Nos dois ensaios, avaliaram-se amostras compostas de grãos coletados na região mediana de 10 espigas, tomadas aleatoriamente nas parcelas. Com base nos dados obtidos, por meio de análises de variância e o teste "t" para médias de dados não emparelhados, foi estimado o efeito xênia sobre o peso de grãos individuais e a massa de cem grãos. A utilização dos marcadores microssatélites foi eficiente, sendo possível diferenciar os cruzamentos dos híbridos em todos os arranjos. Conforme os híbridos envolvidos nos cruzamentos e a condição polinizador/receptor de cada um, foram observados efeitos xênia de diferentes magnitudes. Cruzamentos envolvendo 100% de alopólen provocaram aumentos de 7,3% (2,8 g) na massa de cem grãos, comparados com a mistura de 50%, demonstrando a influência da maior pressão de pólen estranho no incremento dessa característica. Em condições de polinização livre, observou-se um efeito médio de 12,6% (variando de 7,4% a 16,5%) no aumento da massa de grãos individuais. Com 100% de pólen estranho, o efeito xênia médio foi de 13,1% na massa de cem grãos e de 8,7% na massa de grãos individuais, tendo ocorrido, todavia, aumentos de 15,4% e 16,6% respectivamente, nessas características, nos cruzamentos mais favoráveis.
Two experiments, with natural and controlled pollination, were carried out at two sites in the State of Minas Gerais (in Experimental area of Biology Department of Universidade Federal de Lavras - UFLA and UFLA farm, known as "Vitorinha") during 2004/2005, in order to verify and quantify the xenia effects in maize. In both experiments microsatellite markers were used to discriminate kernels derived from crosses and from self-pollination, to detect the xenia effect. Three single cross hybrids were used P 30F90, A 2555 and DKB 333 B, and all possible crosses between them were established, including reciprocal ones. In both trials, composite kernels samples taken from the mid-region of 10 randomly collected ears were evaluated. Based on the evaluated obtained data, through analyses of variance and test "t" for means from unpaired data, the xenia effect on the individual grain weight and the weight of 100 kernels was estimated. The use of microsatellite markers could effectively differentiate the crosses from the selfings in both experiments in all possible combinations of the commercial hybrids used. According to the hybrids involved in the crosses, and the condition pollinator/receptor of each one, xenia effects of different magnitudes were observed. Crosses with 100% allopollen resulted in a 7.3% (2.8 g) increase of the weight of 100 grains compared to those with only 50% allopolen, demonstrating an influence of the greater pressure of foreign pollen on the trait increase. In open-pollinated plants, a mean effect of 12.6% (varying from 7.4 to 16.5%) was observed in the increase of individual grain weight. With 100% foreign pollen, the mean xenia effect was 13.1% on the weight of 100 grains and 8.7% on the individual grain weight, while increments of 15.4% and 16.6% in these traits, respectively, were observed in the most favorable crosses.