RACIONAL: A função hepática é um processo complexo que envolve múltiplos eventos celulares. Ela, em pacientes cirróticos, pode se beneficiar da terapia com oxigênio hiperbárico. OBJETIVO: Avaliar, de forma preliminar, os dados clínicos e laboratoriais sobre a função hepática em pacientes cirróticos em lista de espera para transplante hepático, submetidos à oxigenoterapia hiperbárica. MÉTODO: Estudo prospectivo com intervenção, no qual 10 pacientes foram escolhidos aleatoriamente entre os pacientes cirróticos em lista de espera para transplante hepático. A idade variou de 20 a 65 anos, e todos apresentaram escore MELD maior que 15. Todos os pacientes foram submetidos a nove sessões de terapia com oxigênio hiperbárico, em dias alternados com a duração de 60 minutos por sessão, com atmosfera de oxigênio de 100% e pressão de 2,8 ATM. As variáveis dependentes foram os valores laboratoriais bioquímicos e hematológicos, avaliados antes e após sessões de terapia hiperbárica de oxigênio, além de parâmetros clínicos, considerando-se também o Child-Turcotte-Pugh e o MELD. A análise estatística foi realizada com o SPSS (Statistcal Package for Social Sciences), e incluiu média com desvio-padrão. RESULTADOS: Trêspacientes (30%) relataram diminuição no número e intensidade da encefalopatia. Não houve casos de peritonite bacteriana espontânea e sangramento gastrointestinal, e não houve aumento na gravidade da ascite. Dois pacientes relataram melhora no prurido, e quatro melhora no estado geral em poucas semanas após sessões de oxigenoterapia hiperbárica. CONCLUSÃO: A oxigenoterapia hiperbárica pode melhorar a função hepática na cirrose e ajudar a controlar as complicações relacionadas à insuficiência hepática na avaliação pré-operatória para transplante de fígado.
BACKGROUND: Hepatic function is a complex process which involves multiple celular events. Liver function in cirrhotic patients may be benefited with hyperbaric oxygen therapy. AIM: To evaluate clinical and laboratorial data regarding liver function in cirrhotic patients selected for liver transplantation, submitted to hyperbaric oxygen therapy. METHOD: A prospective interventional study was designed, wherein 10 patients were randomized amongst cirrhotic patients selected for liver transplantation. The ages ranged from 20 to 65 years, and all patients presented with a MELD score greater than 15. All patients were submitted to nine sessions of hyperbaric oxygen therapy, on alternated days with the duration of 60 minutes per session, with oxygen atmosphere of 100% and a 2,8 ATM pressure. Dependent parameters included were biochemical and hematologic laboratory values, evaluated before and after hyperbaric oxygen therapy sessions, besides clinical parameters, evaluated considering the Child-Turcotte-Pugh and the MELD scores. Statistical analysis was performed with SPSS (Statistcal Package for Social Sciences). RESULTS: Three patients (30%) reported decrease in the number and intensity of encephalopathy. There were no cases of spontaneous bacterial peritonitis and gastrointestinal bleeding, and there were no increases on the severity of ascitis. Two patients reported improvement on pruritus, and four improvement on the general status for few weeks following hyperbaric oxygen sessions. CONCLUSION: Hyperbaric oxygen therapy may improve liver function in cirrhosis, and may help to control complications related to liver failure on the preoperative evaluation for liver transplantation.