Nas últimas décadas, diversas alternativas têm sido propostas para o tratamento do trauma esplênico. O presente estudo procurou comparar o tratamento não-operatório e a cirurgia conservadora na lesão esplênica. Foram analisados, retrospectivamente, os prontuários de 136 portadores de trauma esplênico atendidos na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da FMRPUSP (1986-1995). Foram utilizados o lnjury Severity Score (1SS) e o Organ lnjury Scaling (OIS) para a definição da gravidade dos casos. Os pacientes foram divididos em dois grupos: grupo A (n=32): conservador não operatório e grupo B (n=104): cirurgia conservadora. As médias de idade, em anos, foram semelhantes (A: 20,31 + 12,43 e B: 25,02 + 14,98; p>0,05). Houve predominância do sexo masculino em ambos os grupos. Os dois grupos diferiram quanto à etiologia (p<0,01). A avaliação das médias do ISS não mostrou diferença significativa (A: 14,21 ± 8,67 e B: 19,44 ± 11,33; p>0,05). Ocorreram complicações em 9,37% e 24,03% dos grupos A e B, respectivamente, mas a diferença não foi significativa (p>0,05). A média de permanência hospitalar foi de 6,68 ± 5,65 e 9,24 ± 9,09 dias, grupos A e B, sem diferença significativa (p>0,05). Concluímos, portanto: o tratamento não-operatório e a cirurgia conservadora do trauma esplênico são condutas equivalentes, sendo opções terapêuticas válidas nas lesões esplênicas de menor gravidade.
Management of the injured spleen has changed radically over the past decade. The objective of this study was to analyze the nonoperative treatment and the conservative surgery in the splenic trauma. A retrospective study was performed in 136 patients sustaining splenic trauma from Hospital das Clínicas da FMRPUSP (1986-1995). The Injury Severity Score (ISS) and the Organ Injury Scaling (OIS) were determined to evaluate the severity of the cases. Two groups were defined: group A (n=32): nonoperative management and group B (n=104): conservative surgery. The mean age between groups were similar (Group A: 20,31 ± 12,43 years and Group B: 25,02 ± 14,98 years; p>0.05). There was male predominance in both groups. The analysis of the etiology showed difference between the groups (p<0,01). There was no statistical difference in the mean ISS in both groups (A: 14,21 ± 8,67 and B: 19,44 ± 11,33; p>0.05). There was a 9,37% and 24,03% incidence of complications in groups A and B, but it was not statistically significant (p>0,05). The mean length of stay were 6,68 + 5,65 and 9,24 + 9,09 for groups A and B, respectively, with no statistical significance (p>0,05). Conclusion: either conservative surgery or nonoperative treatment are good options in the management of traumatic injuries of the spleen, and both are valid therapeutic choices when dealing with minor splenic injuries.