Resumo O artigo apresenta uma análise sobre como os trabalhadores em saúde mental pensam sobre as práticas de cuidado e como elas são efetivadas cotidianamente. Este trabalho desenvolveu-se a partir de conversas com os profissionais da área, em que estes e a pesquisadora puderam construir coletivamente a arte de contar histórias sobre os processos de trabalho de suas experiências vivas, e de participação em espaços de discussão. Ao olhar para a história da loucura, observa-se uma mudança nas práticas de cuidado, que, atualmente, caminham por limiares da tutela e da liberdade. O cuidado é construído pelos afetos que perpassam os encontros entre usuários e trabalhadores. Um olhar diferenciado nesta relação permitirá que os processos subjetivos promovam novos modos de existência nos sujeitos. Porém, essa rede de afetações pode se deparar com dificuldades cotidianas, precarizações do trabalho e práticas burocráticas, que podem impedir a potencialização dos afetos entre os protagonistas do cuidado. É possível construir um trabalho vivo diante destes obstáculos e transformar as prescrições para modos flexíveis a partir de posturas ética-estética-políticas. Por isso, é preciso atentar-se para que modos de organização enrijecidos não influenciem a relação trabalhador-usuário de forma que impeça o fluxo das afetações.
Abstract The article presents an analysis about how the mental health workers think about the care practices e how they are accomplished daily. This work was developed from conversations with professionals in the area, in which theses e the researcher were able to build collectively the art of storytelling about the work processes of their living experiences, and participation in discussion spaces. When looking at the history of madness, there is a change in care practices, which currently go for the protection and freedom thresholds. the care is built by the affections that underlie the meetings between users and workers. A different look this relationship will allow the subjective processes promote new modes of existence in the subject. But, this affectations network may encounter everyday difficulties, bad working conditions and bureaucratic practices, which can prevent the enhancement of affection between the care protagonists. You can build a living working on these obstacles and transform the requirements for flexible modes from ethical-aesthetic-political positions. Therefore, we must pay attention to that stiff modes of organization don’t influence the relationship worker-user form preventing the flow of affectations.
Resumen El artículo presenta un análisis de lo que los trabajadores piensan acerca de las prácticas de cuidado de la salud mental y la forma en que estas se llevan a cabo diariamente. Este trabajo se desarrolló a partir de conversaciones con los profesionales, en las que estos y la investigadora pudieron construir colectivamente el arte de contar historias acerca de los procesos de trabajo de sus experiencias de vida, y de la participación en los espacios de discusión. Al mirar la historia de la locura, hay un cambio en las prácticas de cuidado, que actualmente van por el camino de la protección y la libertad. el cuidado es construido por los afectos que subyacen en las reuniones entre usuarios y trabajadores. Una mirada diferente de esta relación va a permitir que los procesos subjetivos promuevan nuevos modos de existencia en el sujeto. Sin embargo, esta red afectos puede encontrar dificultades cotidianas, trabajo precario y prácticas burocráticas, que pueden impedir el aumento de afecto entre los protagonistas del cuidado. Es posible construir un trabajo vivo trabajando sobre estos obstáculos y transformar los requisitos en modos flexibles de posiciones ético-estético-políticas. Por eso, debemos prestar atención para que esquemas de organización rígidos no influyan en la relación trabajador-usuario impidiendo el flujo de afectos.