Resumo Compreender as variações espaciais de variáveis dendrométricas em inventário florestal contínuo é imprescindível para subsidiar ações de manejo, além de permitir intensidades amostrais que reflitam em acurácia com menor custo do inventário. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a estrutura de dependência espacial de variáveis dendrométricas ao longo do tempo e em diferentes intensidades amostrais em povoamento de eucalipto. As hipóteses testadas foram que a estrutura de dependência espacial de variáveis dendrométricas se altera com o crescimento em povoamentos de eucalipto e que a intensidade amostral influencia nesta estrutura. As variáveis diâmetro a 1,30 m do solo, área basal, altura total, altura média das árvores dominantes e volume de madeira foram obtidas em inventário florestal contínuo, aos 3,5, 4,5 e 5,5 anos, em 80 unidades amostrais permanentes (400 m²), distribuídas aleatoriamente em um povoamento de eucalipto (394 ha), localizado em Abaeté, Minas Gerais. Foram avaliadas as intensidades de uma unidade amostral a cada 4,9 (n = 80), 7,3 (n = 54) e 16,4 (n = 24) hectares. Considerou-se a maior intensidade amostral como referência para as demais. Os modelos de semivariância esférico, exponencial e gaussiano foram ajustados ao semivariograma experimental, em que o modelo de melhor ajuste foi utilizado pela krigagem ordinária na espacialização das variáveis analisadas. Os resultados demonstraram predominância de forte dependência espacial das variáveis dendrométricas, independentemente da idade e intensidade amostral, sobretudo para altura média das árvores dominantes e volume de madeira. A menor intensidade amostral influenciou negativamente na dependência espacial da área basal, em todas as idades. A estrutura de dependência espacial não é influenciada pelo aumento da idade do povoamento, sendo recomendada a análise geoestatística destas variáveis em inventário florestal contínuo, considerando a intensidade amostral de uma unidade amostral a cada 16,4 hectares.
Abstract Understanding the spatial variations of dendrometric variables in a continuous forest inventory is essential to support management actions, in addition to allowing sample intensities that reflect accuracy with lower inventory cost. The objective of this study was to evaluate the spatial dependence structure of dendrometric variables over time and in different sample intensities in eucalyptus stands. The hypotheses considered were that the spatial dependence structure of dendrometric variables changes along the growth in eucalyptus stands and the sample intensity influences this structure. The variables diameter at 1.30 m of soil, basal area, total height, mean height of dominant trees and volume of wood were obtained in continuous forest inventory, at 3.5, 4.5 and 5.5 years, from 80 plots (400 m²) distributed randomly in the stand (394 ha) located in Abaeté, Minas Gerais state. Were evaluated the sample intensities of one plot every 4.9 (n = 80), 7.3 (n = 54), and 16.4 (n = 24) hectares. The highest sample intensity was reference for the others. The spherical, exponential and gaussian semivariance models were adjusted to the experimental semivariogram, where the best fit model was used by ordinary kriging in the spatialization of the analyzed variables. The results showed a predominance of strong spatial dependence of dendrometric variables, regardless of age and sample intensity, especially for mean height of dominant trees and volume of wood. The lower sample intensity influenced negatively the spatial dependence of the basal area at all ages. The structure of spatial dependence is not influenced by the increase in the age of the stand, and the geostatistical analysis of these variables is recommended in a continuous forest inventory, considering the sample intensity of one plot of each 16.4 hectares.