RESUMO Objetivo: Avaliar as alterações da perfusão coroidiana em pacientes obesos utilizando tomografia de coerência óptica e a tonometria de contorno dinâmico, para determinar se essas alterações estão associadas ao índice de massa corporal e avaliar os efeitos oculares da resistência à insulina. Métodos: Foram avaliados, retrospectivamente, os dados de 32 pacientes obesos, com índice de massa corporal >30 kg/m2, e 45 controles saudáveis. Os valores de pressão intraocular e da amplitude de pulso ocular dos pacientes foram medidos por meio de tonometria de contorno dinâmico e a espessura média da coroide foi medida por tomografia de coerência óptica com profundidade de imagem aprimorada. A resistência à insulina foi avaliada usando o índice de estimativa da resistência à insulina pelo modelo de homeostase. Resultados: A espessura média da coroideia (294,30 ± 60,87 μm) e a amplitude de pulso ocular (2,10 ± 0,74) foram menores, enquanto a pressão intraocular média (16,61 ± 2,35 mmHg) foi maior nos obesos do que nos controles. Houve uma correlação negativa significativa entre o índice de massa corporal e a amplitude de pulso ocular (r=-0,274; p=0,029) e uma correlação negativa insignificante entre a espessura média da coroide, a pressão intraocular e o índice de massa corporal. Houve uma correlação negativa insignificante entre a avaliação do modelo de homeostase - estimativa do índice de resistência à insulina, espessura média da coróide e pressão intraocular e correlação negativa significativa entre o modelo de avaliação de homeostase - o índice de resistência à insulina estimado e a amplitude de pulso ocular (r=-0,317; p=0,022). Conclusão: Encontramos redução da espessura média da coroide e da amplitude de pulso ocular e aumento da pressão intraocular em pacientes obesos. Essas alterações indicaram uma diminuição na perfusão coroidal e no fluxo sanguíneo ocular. Pode ser possível detectar alterações no fluxo sanguíneo ocular em pacientes obesos por meio de avaliação não invasiva usando a coróide. A correlação negativa entre a resistência à insulina e a amplitude de pulso ocular pode estar associada ao acúmulo de gordura intracelular em pacientes obesos.
ABSTRACT Purpose: We aimed to evaluate choroidal perfusion changes in obese patients using optical coherence tomography and dynamic contour tonometry, to determine whether these changes are associated with body mass index, and to assess the ocular effects of insulin resistance. Methods: We retrospectively evaluated the data of 32 obese patients with body mass index >30 kg/m2 and 45 healthy control individuals. Intraocular pressure and ocular pulse amplitude values of the patients were measured using dynamic contour tonometry, and the mean choroidal thickness was measured using enhanced depth imaging optical coherence tomography. Insulin resistance was assessed using the homeostasis model assessment-estimated insulin resistance index. Results: The mean choroidal thickness (294.30 ± 60.87 μm) and ocular pulse amplitude (2.10 ± 0.74) were lower, whereas the mean intraocular pressure (16.61 ± 2.35 mmHg) was higher in obese patients than in controls. There was a significant negative correlation between body mass index and ocular pulse amplitude (r=-0.274; p=0.029) and an insignificant negative correlation between mean choroidal thickness, intraocular pressure, and body mass index. There was an insignificant negative correlation between homeostasis model assessment-estimated insulin resistance index, mean choroidal thickness, and intraocular pressure and significant negative correlation between homeostasis model assessment-estimated insulin resistance index and ocular pulse amplitude (r=-0.317; p=0.022). Conclusion: We found reduced mean choroidal thickness and ocular pulse amplitude and increased mean intraocular pressure in obese patients. These changes indicated a decrease in choroidal perfusion and ocular blood flow. It may be possible to detect ocular blood flow changes in obese patients through noninvasive assessment using the choroid. The negative correlation between insulin resistance and ocular pulse amplitude may be associated with intracellular fat accumulation in obese patients.