RESUMO: O algodoeiro (Gossypium hirsutum) é acometido por várias doenças de importância econômica, dentre as quais a meloidoginose (Meloidogyne incognita raças 3 e 4). Entre os métodos de controle dessa doença, destacam-se as aplicações de nematicidas, a solarização, a aração profunda, a rotação de culturas e o uso de microrganismos antagonistas. Dentre as espécies do gênero Bacillus, existem estirpes que atuam como biorreguladores e antagonistas de vários patógenos. Os testes para identificação dessas estirpes são prejudicados pela dificuldade de se obter grandes populações do patógeno e pelo tempo de execução dos testes in vivo que devem ser conduzidos por cerca de 90 dias. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo comparar a toxicidade de estirpes de B. thuringiensis a dois nematoides, M. icognita e Caenorhabditis elegans, verificando a possibilidade de empregar C. elegans como indicador para a seleção de estirpes com potencial de biocontrole contra M. incognita. Para tanto, a toxicidade de nove estirpes de B. thuringiensis para C. elegans e M. incognita foi avaliada em laboratório e em casa de vegetação. A maioria das estirpes tóxicas ao C. elegans in vitro, também foi tóxica ao M. incognita, sendo que três delas (S906, S1192, S2036) reduziram significativamente as populações dos dois nematoides. O efeito tóxico apresentado pelas estirpes de B. thuringiensis contra C. elegans foram similares aos apresentados pelos mesmos isolados contra M. incognita in vivo. Esses resultados sugerem que é plausível o uso do C. elegans como indicador de toxicidade para seleção de estirpes de B. thuringiensis tóxicas a M. incognita.
ABSTRACT: The cotton plant (Gossypium hirsutum) is affected by several diseases of economic importance, among them root-knot nematode (Meloidogyne incognita races 3 and 4). Methods to control this disease include the application of nematicides, solarization, deep plowing, crop rotation and use of antagonistic microorganisms. Among species of Bacillus, there are strains that act as bioregulators and antagonists of several pathogens. Tests to identify these strains are hampered by the difficulty of obtaining large populations of the pathogen and by the time of execution of the in vivo tests that should be conducted for about 90 days. The objective of this research was to compare the toxicity of B. thuringiensis strains to two nematodes, M. incognita and Caenorhabditis elegans, evaluating the possibility of using C. elegans as an indicator for the selection of strains with biocontrol potential against M. incognita. Therefore, the toxicity of nine B. thuringiensis strains on C. elegans and M. incognita was evaluated under laboratory and greenhouse conditions. Most strains toxic to C. elegans in vitro were also toxic to M. incognita, and three of them (S906, S1192, S2036) significantly reduced the populations of the two nematodes. The toxic effect of B. thuringiensis strains on C. elegans was like that reported for the same bacterial isolates on M. incognita in vivo. These results suggested that it is plausible to use C. elegans as an indicator of toxicity for selection of B. thuringiensis strains toxic to M. incognita.