The COVID-19 pandemic is not just a health problem, it is considered a profound shock to our societies and economies, highlighting a crisis in care provision, where health professionals, especially women, are at the center service and response efforts. The present article sought to analyze and problematize care policies, bringing to the scene the right to self-protection of women, health professionals, during the COVID-19 pandemic. In the light of the concept of self-care and biopolitics, in Foucault, the production of care is affirmed as a creator of value, respect for the life of everyone. The care crisis incites a look at the female body immersed in a political field, making it necessary to demystify the glamorization of care as a “thing” for women, a priesthood that includes sacrifices and renunciations, of angels in white, always willing to sacrifice for the other and whose work has no value and recognition. Given this, this article starts from the collective bet of another aesthetic of existence that affirms and operates public policies that aim unconditionally to guarantee the right to life and protection.
A pandemia pela COVID-19 não é apenas um problema de saúde, ela é considerada um choque profundo para nossas sociedades e economias, colocando em evidência uma crise de prestação de cuidados, onde os profissionais de saúde, em especial as mulheres, estão no centro dos esforços de atendimento e respostas. O presente artigo analisou e problematizou as políticas de cuidado trazendo para a cena o direito à autoproteção das mulheres, profissionais de saúde, durante a pandemia da COVID-19. À luz do conceito de cuidado de si e biopolítica, em Foucault, afirma-se a produção do cuidado como criador de valor, respeito pela vida de todas e todos. A crise do cuidado incita um olhar do corpo feminino mergulhado em um campo político, fazendo-se necessário desmistificar a glamourização do cuidado como “coisa” de mulher, um sacerdócio que inclui sacrifícios e renúncias, de anjos de branco, sempre dispostas a se sacrificar pelo outro e cujo trabalho não tem valor e reconhecimento. Diante disso, este artigo parte da aposta coletiva de outra estética de existência, que afirma e opera políticas públicas que visem incondicionalmente a garantia do direito à vida e proteção.