Abstract The article identifies figures of weariness and its paroxysmal stage, exhaustion, in recent Brazilian fiction film on precarious workers. It is argued that such bodily states, through the filmic form, materially announce the mechanisms of power inflicted on workers. In order to reveal the nexus between body and social experience, the article elaborates an introductory conceptual framework which is able to analyze fatigue as an aesthetic-political category whose predicates comprise an ongoing action, an idea of duration, and a way of enduring what affects the subject. In the light of this reference and the analysis of Araby (Affonso Uchôa and João Dumans, 2017), Burning Night (Eryk Rocha, 2019) and Mascarados (Marcela and Henrique Borela, 2020), the figures of worker weariness are discussed from the serialization practices, spatial-visual compression devices and residual instant of posture.
Resumo O artigo identifica figuras do cansaço e de seu estágio paroxístico, o esgotamento, em ficções do cinema brasileiro recente dedicadas a trabalhadores precarizados. Defende-se que tais estados corporais, por intermédio da forma fílmica, anunciam sensivelmente os mecanismos de poder infligidos sobre os trabalhadores. A fim de desvelar o nexo entre corpo e experiência social, elabora-se um quadro conceitual introdutório apto a analisar a fadiga como categoria estético-política cujos predicados compreendem um abatimento em curso, durativo, e a resistência corpórea em suportar o que afeta o sujeito. À luz do referencial teórico e da análise de Arábia (Affonso Uchôa e João Dumans, 2017), Breve miragem de sol (Eryk Rocha, 2019) e Mascarados (Marcela e Henrique Borela, 2020), argumenta-se que o cansaço do trabalhador é figurado por meio de práticas de seriação, de dispositivos de compressão espaço-visual e do instante residual da postura.