OBJETIVO: Identificar fatores de risco em septuagenários e octogenários submetidos à cirurgia cardiovascular com circulação extracorpórea (CEC). MÉTODOS: Avaliadas variáveis peri-operatórias de 265 pacientes com mais de 70 anos; desses, 248 (93,6%) eram septuagenários e 17 (6,4%) eram octogenários. RESULTADOS: Não houve diferença de mortalidade entre eles, com mortalidade global de 22 (8,3%) pacientes. Não houve diferença em relação ao tipo de procedimento (revascularização ou tratamento valvar) (P=0,545). As variáveis pré-operatórias não aumentaram o risco de morte. Enxerto arterial ou venoso (P=0,261) e número de enxertos utilizados por paciente (P=0,131) não aumentaram a mortalidade. O grupo de sobreviventes apresentou tempo médio de CEC de 70 ± 27 minutos e o grupo óbito, 88,8 ± 25,4 minutos, com significância estatística (P<0,001). O tempo de isquemia no grupo de sobreviventes foi de 55,5 ± 20 minutos e no grupo óbito, 64,9 ± 16 minutos, com significância (P=0,014). Na regressão logística multivariada, o tempo de CEC é a variável que se associa a morte, com qui-quadrado de Pearson =0,0056. Tempo de CEC > 75 minutos apresenta 3,2 vezes (IC 95%: 1,3 - 7,9), maior chance de óbito do que os pacientes com tempo de CEC < 75 minutos. Variáveis pós-operatórias: tempo de ventilação mecânica > 12 horas (P< 0,001), tempo de internação na UTI (P=0,033), reoperação (P=0,001), suporte inotrópico > 48 horas (P<0,001) e necessidade de hemoderivados (P<0,001) aumentam a mortalidade. CONCLUSÃO: A mortalidade global justifica a intervenção. CEC > 75 minutos, tempo de ventilação mecânica superior a 12 horas, de internação em UTI, reoperação, suporte inotrópico por período superior a 48 horas e uso de hemoderivados estão associados a maior mortalidade.
OBJECTIVE: To identify risk factors in septuagenarians and octogenarians submitted to cardiovascular surgery with cardiopulmonary bypass (CPB). METHODS: Per-operative variables of 265 patients over 70 years of age were analyzed. 248 (93.6%) were septuagenarians and 17 (6.4%) octogenarians. RESULTS: Overall mortality did not differ between the groups, nor did the type of procedure (CABG or valvular) (P=0.545). Pre-operative variables did not increase the death risk, nor did the use of arterial or venous grafts (P=0.261), or the number of grafts per patient (P=0.131). CPB and cross-clamp time are associated with higher mortality. The survivors' group had an average CPB time of 70 ± 27 minutes while the non-survivors group 88.8 ± 25.4 minutes (P<0.001). Cross-clamp time in the survivors was 55.5 ± 20 minutes, while 64.9 ± 16 minutes in the non-survivors (P=0.014). Using multivariate logistic regression, CPB time is associated with death (Pearson's chi square= 0.0056). CPB time over 75 minutes presents an increased risk of death of 3.2 times (CI 95%: 1.3-7.9) over those with CPB time < 75 minutes. Post-operative variables associated with increased death rates: mechanical ventilation > 12 hours (P<0.001); ICU stay (P=0.033); re-exploration (P=0.001); inotropic support > 48 hours (P<0.001); use of blood components (P<0.001). CONCLUSION: Overall mortality justifies the interventions. CPB time greater than 75 minutes, mechanical ventilation over 12 hours, length of ICU stay, need for reoperation, inotropic drug support over 48 hours, and use of blood components are associated with a higher mortality rate.