Resumo Objetivo Analisar os significados das masculinidades durante a vivência do câncer peniano e seus tratamentos. Métodos Abordagem qualitativa de pesquisa amparada em referencial teórico da antropologia médica e das masculinidades, com o emprego do método narrativo. Foram entrevistados em profundidade 18 homens com neoplasia peniana em um hospital referência em uro-oncologia do estado de São Paulo. Cada participante foi entrevistado com roteiro de investigação, em média três vezes, sendo as entrevistas audiogravadas, transcritas e analisadas conforme a análise temática indutiva. Resultados Seis participantes realizaram a penectomia parcial e 12 total. Em relação ao estado civil, participaram dois viúvos, dois solteiros, três divorciados e 11 casados, com média de idade de 54 anos. A extirpação do pênis promoveu mudanças significativas na forma como os homens performavam suas masculinidades, sobretudo a hegemônica. Portanto, essa experiência lhes permitiu reinterpretar suas condições de saúde na tentativa de identificar outros elementos hegemônicos que sustentassem suas imagens masculinas. Para alguns foi possível representar um homem inteiro, porém outros se consideram agora meio-homens. Conclusão O adoecimento rompeu com o fluxo biográfico dos participantes, pois antes do câncer peniano a hegemonia os representava como masculinos, entretanto, após a penectomia, eles perdem um órgão que socialmente traz atributos como força, poder, trabalho e virilidade, situação que lhes trouxe a necessidade de reinterpretar o ser masculino em suas culturas. A enfermagem, para promover o cuidado integral ao homem, deve considerar que as masculinidades interferem no processo saúde e doença.
Abstract Objective To analyze masculinity meanings during penile cancer experience and its treatments. Methods Qualitative approach supported in the theoretical framework of medical anthropology and masculinities, with the use of the narrative method. We interviewed in-depth 18 men with penile cancer in a referential Urologic Oncology hospital from the state of São Paulo. Each participant was interviewed on average three times, with a structured script, being the interviews audio-recorded, transcribed, and analyzed according to the inductive thematic analysis. Results Six patients were submitted to the partial penectomy and 12 to the total penectomy. Regarding the marital status, six were widowers, two single, three divorced, and 11 married, with an average age of 54 years old. The penis extirpation fostered significant change in the way men performed their masculinities, even the hegemonic. Thus, this experience allowed them to reinterpret their health conditions to identify other hegemonic elements that sustained their masculine images. For a few, it was possible to represent a full man however, others considered themselves half-men. Conclusion The illness broke the participant’s biographic flow because, before penile cancer, the hegemony represented them as masculines, however, after the penectomy, they have lost an organ that is socially related to attributes such as strength, power, work, and virility, situation that brought them the necessity to reinterpret being masculine in their culture. To promote integrality of care to man the nursing must consider that masculinities interfere in the process of health and disease.
Resumen Objetivo Analizar los significados de las masculinidades durante la vivencia del cáncer de pene y sus tratamientos. Métodos Enfoque cualitativo de investigación respaldado en el marco referencial teórico de la antropología médica y de las masculinidades, con el uso del método narrativo. Fueron entrevistados en profundidad 18 hombres con neoplasia de pene en un hospital de referencia en urología oncológica del estado de São Paulo. Cada participante fue entrevistado con guion de investigación, tres veces en promedio. Las entrevistas fueron grabadas, transcriptas y analizadas de acuerdo con el análisis temático inductivo. Resultados Seis participantes realizaron penectomía parcial y 12 total. Respecto al estado civil, participaron dos viudos, dos solteros, tres divorciados y 11 casados, con un promedio de edad de 54 años. La extirpación del pene generó cambios significativos en la forma como los hombres practicaban su masculinidad, sobre todo la hegemónica. Por lo tanto, esta experiencia les permitió interpretar sus condiciones de salud en el intento de identificar otros elementos hegemónicos que sostengan su imagen masculina. Para algunos fue posible representar un hombre entero, pero otros ahora se consideran medio hombres. Conclusión La enfermedad rompió con el flujo biográfico de los participantes, ya que antes del cáncer de pene, la hegemonía los representaba como masculinos; sin embargo, después de la penectomía, perdieron un órgano que socialmente trae atributos como fuerza, poder, trabajo y virilidad, situación que les produjo la necesidad de reinterpretar el ser masculino en su cultura. Para promover el cuidado integral del hombre, la enfermería debe considerar que las masculinidades interfieren en el proceso salud y enfermedad.