A biologia floral de Costus spiralis (Jacq.) Roscoe (Costaceae) foi estudada na borda de uma mata de galeria inundável na Reserva Ecológica do Clube de Caça e Pesca Itororó de Uberlândia, Minas Gerais. Costus spiralis floresce de janeiro à abril (estação chuvosa), é uma erva que pode alcançar de 0,5 m a 2,0 m de altura. Apresenta ramos espirais com inflorescências terminais que produzem apenas uma flor por dia. Possui brácteas vermelhas que ajudam na atração de polinizadores. As flores são hermafroditas, vermelhas, tubulosas, apresentam antese diurna e ausência de odor. O néctar apresentou volume de cerca de 9,0 µL e concentração de açúcares por volta de 20%. Costus spiralis é autocompatível, não apresenta autopolinização espontânea e nem apomixia. Esta espécie apresenta hercogamia de movimento para evitar a autopolinização. Os polinizadores foram os beija-flores Phaethornis pretrei (Lesson & DeLattre) (Phaethornithinae), Eupetomena macroura (Gmelin) e Heliomaster squamosus (Temminck) (Trochilinae). Amazilia fimbriata (Gmelin) pode agir como pilhador de néctar. Costus spiralis é adaptada à polinização por Phaethornithinae, por apresentar tubo floral grande e curvado que se adapta à morfologia do bico destas aves. A estratégia de alimentação destes beija-flores, utilizando rotas de forrageamento, favorece a reprodução da planta aumentando o fluxo polínico entre os agrupamentos de C. spiralis. Não houve diferença nas taxas de germinação de sementes provenientes de autopolinizações manuais e polinizações cruzadas, mas as sementes advindas de polinização natural apresentaram taxas de germinação maiores que aquelas de polinizações manuais. Isto evidencia a eficiência e importância dos beija-flores como vetores de pólen para C. spiralis.
The floral biology of Costus spiralis (Jacq.) Roscoe (Costaceae) was studied on swampy edges of a gallery forest in Uberlândia, Minas Gerais. Costus spiralis is an herb with 0.5 m to 2.0 m in height which blossoms from January to April (rainy season). It presents spirally twisted branches with terminal inflorescences that produce only one flower per day. The flowers are subtended by conspicuous red bracts that can attract pollinators. The flowers are hermaphroditic, red, tubular, odourless and present diurnal anthesis. Concentration of sugars in nectar was c. 20% and volume c. 9.0 µL. C. spiralis is a self-compatible, non apomictic species, which does not present spontaneous self-pollination. It presents movement herkogamy to avoid self-pollination. The pollinators of C. spiralis were the hummingbirds Phaethornis pretrei (Lesson & DeLattre) (Phaethornithinae), Eupetomena macroura (Gmelin) and Heliomaster squamosus (Temminck) (Trochilinae). Amazilia fimbriata (Gmelin) acted as nectar robber. Costus spiralis has a floral morphology adapted to pollination by Phaethornithinae, with a long and curved floral tube which conforms with the beak morphology of these birds. The strategy of trapline foraging by Phaethornithinae hummingbirds, favors the reproduction of the plant, increasing pollen flow between groups of C. spiralis. There was no difference between germination rates of seeds from self-pollination and cross-pollination, but the seeds produced from natural fruit-set presented significantly higher germination rates than those from hand pollination treatments. The results confirm the efficiency and importance of the hummingbirds as pollen vectors for C. spiralis.