OBJETIVO: Determinar a associação de sintomas respiratórios e bronquite crônica com o uso de biocombustíveis entre mulheres habitantes de áreas rurais do estado de Ekiti, sudoeste da Nigéria. MÉTODOS: De janeiro a junho de 2009, realizou-se um estudo transversal com uma amostra de 269 mulheres adultas. Um questionário adaptado do European Community Respiratory Health Survey foi aplicado para a obtenção de dados sobre características sociodemográficas, tipo de combustível utilizado para a preparação de alimentos, sintomas respiratórios e história de tabagismo. Todas as participantes foram convidadas a realizar espirometria. RESULTADOS: Das 269 mulheres no estudo, 161 (59,9%) utilizavam biocombustíveis para a preparação de alimentos. As mulheres que utilizavam biocombustíveis relataram mais sintomas respiratórios que aquelas que não os utilizavam - tosse (13,7% vs. 3,7%); sibilância (8,7% vs. 2,8%); dor no peito (7,5% vs. 1,9%); falta de ar (11,8% vs. 6,5%); sintomas nasais (9,3% vs. 4,6%); e bronquite crônica (10,6% vs. 2,8%). A análise multivariada por regressão logística confirmou que o uso de biocombustíveis está associado às seguintes variáveis: tosse (OR = 4,82; p = 0,01); bronquite crônica (OR = 3,75; p = 0,04); sibilância (OR = 2,22; p = 0,23); dor no peito (OR = 3,82; p = 0,09); falta de ar (OR = 1,54; p = 0,35); e sintomas nasais (OR = 2,32; p = 0,20). Todos os parâmetros espirométricos avaliados (VEF1, CVF, VEF1/CVF e PFE) foram menores nas mulheres que utilizavam biocombustíveis do que naquelas que não os utilizavam. CONCLUSÕES: Nossos resultados enfatizam a necessidade de se substituir o uso de biocombustíveis nos domicílios pelo de um tipo de combustível atóxico, como eletricidade ou gás.
OBJECTIVE: To determine whether respiratory symptoms and chronic bronchitis are associated with the use of biomass fuels (BMFs) among women residing in rural areas of the Ekiti State, in southwestern Nigeria. METHODS: From January to June of 2009, we carried out a cross-sectional study including 269 adult women. To collect data on sociodemographic status, type of fuel used for cooking in the household, respiratory symptoms, and smoking history, we used a questionnaire adapted from the European Community Respiratory Health Survey. All of the participants were invited to undergo spirometry. RESULTS: Of the 269 women in the study, 161 (59.9%) used BMFs for cooking. The proportion of women who reported respiratory symptoms was greater among those using BMFs than among those using a non-BMF-cough (13.7% vs. 3.7%); wheezing (8.7% vs. 2.8%); chest pain (7.5% vs. 1.9%); breathlessness (11.8% vs. 6.5%); nasal symptoms (9.3% vs. 4.6%); and chronic bronchitis (10.6% vs. 2.8%). Multivariate logistic regression analysis revealed that the use of BMFs was associated with the following variables: cough (OR = 4.82; p = 0.01); chronic bronchitis (OR = 3.75; p = 0.04); wheezing (OR = 2.22; p = 0.23); chest pain (OR = 3.82; p = 0.09); breathlessness (OR = 1.54; p = 0.35); and nasal symptoms (OR = 2.32; p = 0.20). All of the spirometric parameters evaluated (FEV1, FVC, FEV1/FVC ratio, and PEF) were lower in the women using BMFs than in those using a non-BMF. CONCLUSIONS: Our results underscore the need for women using BMFs in their households to replace them with a nontoxic type of fuel, such as electricity or gas.