Abstract The first decade of the 21st century was marked in Brazil by important economic, social and political changes: a significant reduction in income inequalities; important decrease in unemployment and the growth of formal employment; a fair portion of the population got out of poverty through social policies; the increase in investment in education, health, housing, urban infrastructure, culture, among others, which resulted in the reduction of inequalities in multiple dimensions. Against this background, and in view of the historical dual character of the Brazilian city, the question that the article seeks to answer is: has the multidimensional reduction of inequalities resulted in a reduction in segregation and urban inequalities? In view of the aforementioned changes, our hypothesis is that the answer is positive. To demonstrate this, the article makes use of data from the 2000 and 2010 demographic censuses, and compares the metropolitan regions of Rio de Janeiro and São Paulo, based on important methodological innovations in the way it constructs the categories of analysis, comparing to the existing studies on the subject.
Resumo A primeira década do século XXI foi marcada, no Brasil, por importantes mudanças econômicas, sociais e políticas: redução significativa das desigualdades de rendimento; diminuição relevante do desemprego e crescimento do emprego formal; saída da miséria de parcela expressiva da população em decorrência de políticas sociais; aumento do investimento em educação, saúde, habitação, infraestrutura urbana, cultura, dentre outros, que resultaram na redução das desigualdades em múltiplas dimensões. Contra esse pano de fundo, e tendo em vista o histórico caráter dual da cidade brasileira, a pergunta a que o artigo procura responder é: a redução multidimensional das desigualdades diminuiu a segregação e as desigualdades urbanas? Diante das mudanças mencionadas, nossa hipótese é de que a resposta é positiva. Para demonstrá-lo, o artigo lança mão dos dados dos censos demográficos de 2000 e 2010 e compara as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo, utilizando como base inovações metodológicas importantes na forma de construção das categorias de análise, vis-à-vis os estudos existentes sobre o tema.