ABSTRACT Starting at the Second Reign, the geography of power was designed so that the elites of the Court, accompanied by the political elites of the North of Bahia and Pernambuco (agricultural), had considerable political weight. In addition to politics, Brazilian economics were decisive for a greater regional differentiation in the country. For example, between 1860 and 1870, there was an increase in coffee production and a decrease in the production of sugar and cotton. Thus, instead of the elites of the North, the ones of the South began to have higher incomes and, consequently, greater national political weight. This work aimed to analyze the place of the Amazon Region in the context of the deepening of regional differences in Brazil during the Second Reign while highlighting the political aspects of this process. Supported by documentation, such as the Proceedings of the Brazilian Parliament, journals and rare and reference works on national politics, this work is relevant due to the analysis and historical understanding it provides of the place the states of Pará and Amazonas occupied in the country and of the creation of a local political regionalism in the period. The conclusions reached indicate that the discourse of an underprivileged region that had been abandoned by the national government gained greater proportions in the Amazonian North, especially as a result of the struggle the political elites waged in search of recognition and fulfillment of the region’s demands. Moreover, the regional status built around the word Amazon also derived from the regionalism developed in this area of the country.
RESUMO A partir do Segundo Reinado, a geografia do poder delineou-se para que as elites da Corte assumissem considerável peso político, acompanhadas, por sua vez, pelas elites políticas baianas e pernambucanas do Norte (agrário). Além da política, as questões econômicas brasileiras foram determinantes para a acentuação da diferenciação regional no país. Por exemplo, entre 1860 e 1870, notou-se uma curva ascendente na produção do café e um decréscimo do açúcar e do algodão. Logo, as elites do Sul passaram a ter maiores rendimentos e, consequentemente, maior peso político na cena nacional em detrimento das elites nortistas. O objetivo desse trabalho é analisar o lugar da região Amazônica no contexto da acentuação das diferenças regionais do Brasil durante o Segundo Reinado, visando a conceder destaque aos aspectos políticos desse processo. Apoiado em documentações, como os Anais do Parlamento Brasileiro, periódicos e obras raras e de referência sobre a política nacional, este trabalho se justifica pela análise referente à posição ocupada pelo Pará e Amazonas na nação e pela compreensão histórica acerca da formação de um regionalismo político amazônico no período. As conclusões apontam para que o discurso de região abandonada e desprivilegiada pelo Governo Central tenha ganhado maiores proporções no Norte amazônico no contexto em tela, sobretudo como resultado da luta travada pelas suas elites políticas em busca de reconhecimento e atendimento aos pleitos da região. Além disso, o status regional construído em torno do vocábulo Amazônia foi também derivado da formação de um regionalismo nessa área do país.